I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
É só contemplar o semblante do público; o número de pessoas e a alegria de tantos que assistem ao ato em pé, mal acomodados nas escadas, sem conforto algum...
Sob a batuta de um dos pioneiros do gênero: Marco Pezão! Aquele que foi, justamente, quem propôs o termo "sarau", atualizando a palavra, re-significou e revigorou o termo galego, no Brasil, em franco desuso...
É mesmo mestre no modo como coordena o Sarau A Plenos Pulmões....
Recebendo com simpatia a todos, seja Vôgaluz, um dos frequentadores assíduos que volta a dar o ar de sua graça no sarau...
Seja atendendo a novos poetas, como Flor Kepah..
Ou ainda alguém que se arma de coragem e declama pela primeira vez como Fernanda, filha de Bispoeta...
Ou a escritora Elaine Gasparini com seu poema que defende a autonomia feminina: "Não sou princesa!"
Pezão pratica a democracia no trato do sarau com o microfone aberto a todos, mas cuida do tempo de cada um pra que todos consigam dar o seu recado...
Mariana Almeida que também já publicou seu livro em 2016, continua a contribuir para o êxito do evento, sem deixar de trazer algum poema de sua lavra para o Sarau...
Logo na primeira fila, muito atento, o corinthiano Pedro Garuchi, com a crônica "Eu vi primeiro"compartilha mais um de seus êxitos nesse dia...
Ou a voz de André Diaz dos Poetas do Tietê que arranca a plateia da mesmice quando declama " O pinto é pop"...
E da Zona Leste o poeta Mini Alex é conhecido pelo apelo à interação com o público, uma das características do gênero oral do poema pra sarau...
A poesia pulsa...vigia, vigia, vigia, vigia...
Inclusive algumas vezes, sem a voz, transforma o espaço, como na performance de Vitor Guedes que vai ocupando o saguão de baixo pra cima até desabrochar...
E vibra com seu " Poema ao amor" que busca a natureza da poesia nas ações corriqueiras do cotidiano e mostra como isto funciona como ecologia do sujeito...
Ao cantar com um vozeirão afinado, Jaime Queiroga atrai a atenção para introduzir um poema que sensibiliza a todos com sua performance...
Ela, no auxílio ao chamado dos inscritos...
Ele com o poema "José" de C. Drummond de Andrade ou até mesmo na percussão que vai dando o ritmo de alguns poemas ou da palavra cantada...
Poesia é a arte que não tem idade, um dos refrões de Marco Pezão...
E José Borin, por exemplo, empunhando três rosas, uma de cada cor, parecia fazer ali sua estreia com direito à música de fundo...
Sem idade, o Sarau A Plenos Pulmões tem também Akani, cria de sarau que dá seu recado com o poema "Nas ruas de São Paulo"...
Nele invoca Malcon X, Gandhi ou Mandela e vai se tornando uma das mais precoces vozes...
E do Butantã vem Clovis Ribeiro que declama e sempre convida a todos a participar de seu programa de rádio...
Sob o manto da poesia afinam-se outros gêneros, como o drama... E no sarau cabe uma gama de gêneros das oralidades, desde a peça breve Poesia na Carne de Marco Pezão e Alai Diniz, encenada neste dia...
como a performance de Luís Henrique Oliveira que arrebata o público com "Veneno", fragmento da peça Gota d´agua de Chico Buarque.
Em geral, o sarau A Plenos Pulmões traz sempre algum convidado especial. Neste o poeta e compositor João Verbo foi o destaque...
Com quatro melodias de sua autoria, a voz que iniciou foi a mesma que o finalizou pra ecoar uma potência em meio aos poemas...
Hoje o sarau torna-se reconhecido até mesmo na FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty de 2017.
E esse público que não desanima em vir configura-se, sem dúvida, em uma resistência da prática verbivocovisual da literatura periférica em qualquer ambiente que se instale. A Casa das Rosas é apenas um deles!
Confiram alguns outros momentos no vídeo abaixo!
Edição de vídeo: João Verbo
DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo
Um comentário:
Aeeee!
Parabéns...que texto gostoso de ler, refletiu com autenticidade o que aconteceu no sarau que foi lindo de viver!❤
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