terça-feira, 23 de abril de 2019

Tula Pilar vive! Lembrar é resistir!


Somos nós que matamos nossos mortos!

Lembrar é existir e resistir!

domingo, 21 de abril de 2019

Zé Gordinho: valeu a caminhada!

Amadeu, Beto Branco, Pardal, Leonel Pazini, Zé Gordinho e Ladir integravam a Associação Municipal de Esportes, primeiro campeão da Liga Taboão da Serra de Futebol, em 1966.

Falar do José Araújo, o Zé Gordinho, evoca lembranças da SE Alvi-Verde da Vila Sonia, onde compôs o timaço fundado pelo meu pai João Iadocicco, em 1957, e que durante dez anos percorreu a várzea paulistana, aos domingos pela manhã, velejando na carroceria de um caminhão.

Zé Gordinho jogava de médio volante numa época em que o dono da camisa 5 tinha que ser soberano no meio campo. Seja no desarme ou lançamentos de quarenta jardas, como se dizia. Cobrindo os laterais e fazendo a bola rolar na construção de jogadas. São poucos jogadores, hoje em dia, que ainda guardam essas propriedades da posição. 

Na foto o esquadrão do GR Martinica, de 1971. 

Em pé: Clodoaldo, Zicão, Maciel, Mané, Gilvan, Lori, Zé Gordinho, Gibie e Moacir.

Agachados: Simonal, Joarez, Pedrão, Dori, Rui, Paulinho, e Nelsão. 

Zé Gordinho com o mano Rubinho, no CDC Cleuza Bueno, em 2017.

O CDC Cleuza Bueno era seu lugar de frequente visita para rever os amigos e prestigiar nosso futebol varzeano. 

Zé Gordinho e Cai Cai, gerações diferentes, mas de mesma paixão. 

No CDC Martinica, com Manezão, Zé Gordinho construiu uma história de muitas amizades.


Embora ficássemos tempos sem nos ver, os nossos reencontros sempre foram marcados de carinho e consideração. 

Valeu a caminhada, Zé! Ao seu lado, ao longo de tantas jornadas em torno da bola desfrutamos de bons momentos. 

Zé Gordinho finalizou sua missão entre nós na madrugada do dia 9 de abril, terça-feira.   

Em recordá-lo, agora, estou a agradecer por ter compartilhado um pouco de sua intensa trajetória pelos campos da várzea.

sábado, 13 de abril de 2019

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Clube de Leitura I Love Laje: Joyce Souza conta o que leu.



POESIA É ARTE 

DE QUEM NÃO TEM IDADE:

LEIA. ESCREVA. 

DÊ VOZ A UM POEMA!

terça-feira, 2 de abril de 2019

No I Love Laje: Mephisto, o injustiçado!

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA

Não duvidem! Há teatro de primeira linha na periferia! Aqui mesmo no Campo Limpo, a Lei de Fomento à Cultura da Periferia - 2018 possibilitou a circulação do Bando Trapos do Espaço Cultural CITA que, em parceria com o coletivo I LOVE LAJE, animou a noite de 15 de março de 2019, com uma performance sensacional da peça Mephisto, o injustiçado.

O embate entre as forças do Bem X Mal ronda a humanidade em diferentes culturas e a literatura como parte do imaginário teve em J. Wolfgang Goethe (1749- 1832), romancista alemão, a tragédia em versos Fausto, escrita em duas partes. Goethe tratou do conflito  entre Religião e Ciência através da ambiguidade interior do ser humano pelo pacto de um médico com Mefistófeles (Lúcifer) exaltando a angústia do século XIX e que, no Brasil, parece estar mais presente que nunca.  

Mephisto, filme de 1981, dirigido por Istvan Szabo, foi mais uma entre tantas versões desse mito que recriou o pacto com Lúcifer em um contexto moderno. A criação coletiva da Bando Trapos revisita o poder do protagonismo satânico em sua ambiguidade, na brilhante  atuação de Welton Silva, adequando seu discurso persuasivo ao nosso tempo. Ao aqui-e-agora, pleno de fake news, idiotia e tramoias. 
Méphis seduz espectadores e atrai para si um elenco periférico com  a promessa do sucesso. Inicia um teatro de percurso que da rua  entra para a livraria - o primeiro ambiente do Espaço I Love Laje, recriado como locus da metamorfose dos quatro saltimbancos em artistas. 

Conduzidos pela lábia de Méphis estimula a performance dos atores selecionados que se caracterizam aos poucos diante do público. Os espectadores vão sentindo os efeitos de personagens como Gero (Deco Morais); Flor (Cleia Varges); Mudo (Joka Andrade) e Mary Star(Ton Moura) criam em busca da fama. 

É a obstinação do discurso de Mephisto  que leva a todos ao primeiro território infernal  que retrata o prazer do alimento carnal  para nutrir o elenco em uma "santa ceia."  

Outro ambiente infernal vai destacando ao que vai sendo reduzido cada um dos abduzidos pela lógica mefistotélica. 

A fim de provar a injustiça que o condena a eternizar-se, Méphis rege a sutileza da arte na sinfonia dos cristais: momento sublime de entrega dos atores....  

Em busca do sagrado na arte e na dança dos corpos que seguem na  buscando de uns e outros e questionando a Deus.

Escravizados pelo desejo  obsessivo da presença do Messias a cena se revela potente. O que é real? 

O que é enigma? o que é teatro? Divino ou profano entre nós?

Tomados pela magia do espetáculo em sua  vetorização: da performance dos atores à iluminação, (Daniel Trevo) da sonoplastia ao  cenário e à produção (Nicoly Soares; Junior Matos e a Davi Damasceno e à direção que nos conquistou do começo ao fim. 

Se éramos pouco menos  de 20 no público... Quem atendeu ao apelo viveu o encantamento que a arte produz na alma. A periferia tem direito a ir da rotina que nos escraviza pra viver a liminaridade. Cada canto do I Love Laje foi criando vida à passagem desse vendaval deixado pelo CITA: Centro integrado de Artes. Parabéns ao Bando Trapos, à Dêssa Souza, antiga parceira a quem agradecemos. A periferia tem teatro a oferecer sim! Confiram!

Texto: Alai Diniz
Fotos e edição: Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo