domingo, 13 de setembro de 2020

A MARCO PEZÃO, 13/09/ 2020

         Quem encanta não morre, renasce! 

Há onze meses Marco Pezão se encantou, mas nunca deixou de estar presente na memória de quem o conheceu, de quem o leu ou de quem o amou. 

A intensidade de sua existência contribuiu para que a periferia armasse o escudo de uma literatura própria, com seus poetas, artistas editoras e leitores. 

Aos Guarani, há quem morre uma vez. Mas há também os que, ao morrer, por tudo o que fizeram ou deixaram de legado, renascem. Marco Pezão, registrado Marco Antonio Iadocicco, criou  no caminho seu nome. Ao morrer, renasceu na memória de quem assimilou a riqueza de sua alma,o sonho de cada um ser todo mundo.


No futebol de várzea, o jogador  virou fotógrafo, registrando uma paixão antiga. Do Rebouças ao Leão do Barranco (Martinica);do Portuguesinha (do Manezão) ao Jd. Roberto, no Taboão. O prazer de jogar não o detinha, Pezão seguiu, aos fins de semana, com a velha guarda da várzea, seus amigos e  no incentivo aos novos no campo com sua Cannon e no blog como jornalista. Sempre fiel!   


Dos pés às mãos, da destreza física à busca do lirismo, Pezão constrói outra trajetória como poeta da periferia a partir de 2001.   E com  seu amigo Miró da Muribeca em 2016, na escuta do poeta recifense em seu lirismo denso como no poema "Previsão do tempo":pipas no céu/crianças nas nuvens.


Um de seus legados não foi só o projeto que, em 2019,  deixa um livro, um documentário... Póstumo ficou Amo Sarau. Vivo o poeta e dramaturgo, enquanto vida tivermos pra lembrar seu canto, sua voz porque tudo o que se vê com amor é a verdade, o resto é fumaça! 

                            Alai Diniz