quinta-feira, 12 de julho de 2018

Um totem marca a cultura do Campo Limpo

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA

Salve, salve! Saibam vocês que 10 de julho de 2018 ficará marcado no patrimônio cultural do bairro do Campo Limpo por uma ideia brilhante de um dos saraus históricos da cidade de São Paulo, o Sarau do Binho.

A ação cultural teve em Marinho Winter o artista criador...

...e em Diane Padial uma de suas mentoras intelectuais para selar o advento da IV FELIZS - Feira Literária da Zona Sul, de 10 a 22 de setembro de 2018. 

O ritual contou com a presença de poetas e representantes de coletivos da região. 

E para celebrar o encontro nada melhor que a oralidade da nossa poesia. 

Além disso um ente vegetal - a araucária, replantada por mãos feitas de futuro consagraria na região, segundo Marinho, uma árvore que fazia parte da flora local.

Não é difícil imaginar que foi sob a batuta da especulação imobiliária, que as árvores foram decepadas...

...desertificando o bairro e transformando-o num cachimbo que respira...

O ato de descerramento de um totem mostrou como se pode criar na atualidade um ícone da cultura periférica, a partir da arte escultórica. 

Mas afinal, o que é um totem?

É importante socializar que para simbolizar a cultura não foi escolhido um busto, nem um monumento, mas um totem. 

Esse símbolo sagrado representado por um animal, planta ou objeto se conhece a partir da palavra "odoodem", da língua Ojibwe. 

Vem de uma cultura originária da América do Norte, sendo o totem uma marca de família, de protetores ancestrais...

... e um modo de registrar uma linhagem e suas histórias. 

E que poste foi esculpido por Marinho Winter a nos defender? 

A de um livro aberto, vermelho da cor do sangue pra se combater a violência com a palavra. 

Nele cabem e caberão todas as falas a serem lidas daqui por diante. Interativo! 

A praça do Campo Limpo ganha um marco a relembrar o movimento dos saraus e da literatura periférica.

E quem como alguns de nós, jovens nas duas décadas da ditadura, sabemos também que a capa vermelha de qualquer livro...

...fosse ele de culinária ou de poesia, fazia recair suspeição sobre quem o portava...

Tempo que é preciso escavar pra lembrar da Turma da Toca (teatro local dos anos 60)...

...Teatro Semente do Gecali (entre 1973 a 75) e tantos outros que se esvaíram na enxurrada do tempo...

Um livro aberto é voz de quem não quer calar. 

Um talismã a nos proteger e a nos projetar contra os tantos desagravos políticos e sociais sentidos diariamente.

Parabéns, Binho, Susy e todos aqueles que ainda transformam ideias em ações...

...ações que geram vivas atitudes na busca de uma nova paisagem. 

Texto e fotos: Alai Diniz e Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo