quarta-feira, 6 de junho de 2018

A Plenos Pulmões de maio escancara a partilha do sensível

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA

Em geral, a arte partilha o sensível, no entanto, nos saraus,  o que comove é a performance: a presença do corpo dotado de voz  em um ato coletivo que alterna o lugar de protagonista.

Há quem pesquise o sarau como uma terapia em grupo? Sessão de descarrego? Lugar da confissão profana... Libera a libido em ato de arte desavergonhada... Sem pedir licença...

Insinua-se no cotidiano pra diminuir o fosso entre o real e o humano.  

Isto pode ser estranho para quem está acostumado à fruição individual e solitária, mas pra saraueiro é uma dádiva.

Há performances diáfanas como a melodia escolhida  pelo  instrumentista que trouxe ao sarau uma peça anônima da Espanha, assim como há confissões poéticas...

...sejam elas feitas dos que se sentem príncipes, sejam a dos que admitem os ridículos cotidianos, sejam denúncias; ou cenas de abusos... 

Em maio, o Sarau A Plenos Pulmões não se fixou apenas no tema comercial do Dia das Mães...

A maioria de mulheres, tira o "avental todo o sujo de ovo" das rainhas do lar...

E se arrisca a correr o mundo como a brasileira residente na Alemanha...

A atualidade feminina admite uma poética que invade a cena pública, em um mercado de trabalho cujo discurso se apodera de si mas não se imola  em uma única função reprodutora que o corpo feminino exerce na existência.  

Deste modo, o sarau A Plenos Pulmões, de 05 de maio, não se deixou submergir apenas por esta temática...

Chamou a atenção do público, essa filha que fez a homenagem ao pai morto que, mesmo ausente  na infância,  vivendo na rua... deixou um legado poético, obtendo reconhecimento em Minas Gerais.

O réquiem prosseguiu na voz de uma companheira que em outra abordagem  alastrou a potencialidade do amor diante da morte... 

Mas não parou aí os instantes de epifania porque, além dos poetas habituais, houve também o afeto de um poeta que, antecipando o dia 12 de junho, usou o sarau pra se declarar à garota, pedindo-a em namoro e, inundando, naquele instante, a alegria do amor vivido naquela noite.

Enquanto Marco alia o papel de organizador do sarau, contando com Elide para apresentar o evento, sem deixar sua função de repórter fotográfico, acolhe a todos, com simpatia,  a quem venha pela primeira vez, ou ao público cativo, que mesmo com a mudança de periodicidade, continua a acudir ao Sarau.

E agora, pra finalizar,  anunciamos uma grande notícia!

Atenção, Poetas,  está marcada para o dia 21 de julho a Oficina Cartonera, ministrada por Marco Pezão e Alai Diniz,  para uma publicação da Antologia do Sarau A Plenos Pulmões.

Mas pra você a palavra é estranha? O que é "Cartonera"? Vem do castelhano "cartón" (papelão). 

O  cartonerismo latino-americano é um movimento de publicação independente.  

Nasceu na Argentina, em 2003, reunindo catadores e escritores populares e isso se alastrou pelo mundo afora.   

E então, quer participar? Inscreva-se a partir do dia 15 de junho no site da Casa das Rosas, pois a Oficina Cartonera tem limite de vagas. 

Além disso, você deverá enviar dois poemas para o endereço: sementeurbana@gmail.com 

Gostou da ideia? Então, leia bem as instruções acima. Inscreva-se rápido e envie-nos seus poemas. Até lá!

Reportagem: Alai Diniz e Marco Pezão

Fotos e edição final: Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo