quinta-feira, 27 de julho de 2017

A Plenos Pulmões lota a Casa das Rosas, de vozes!

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA


O sarau do dia 15 de julho mostra que essa prática inventada na periferia cumpre um papel social relevante, mesmo na Avenida Paulista (Casa das Rosas)... 

É só contemplar o semblante do público; o número de pessoas e a alegria de tantos que assistem ao ato em pé, mal acomodados nas escadas, sem conforto algum...

Sob a batuta de um dos pioneiros do gênero: Marco Pezão! Aquele que foi, justamente, quem propôs o termo "sarau", atualizando a palavra, re-significou e revigorou o termo galego, no Brasil, em franco desuso...

É mesmo mestre no modo como coordena o Sarau A Plenos Pulmões....

Recebendo com simpatia a todos, seja Vôgaluz, um dos frequentadores assíduos que volta a dar o ar de sua graça no sarau...

Seja atendendo a novos poetas, como Flor Kepah..

Ou ainda alguém que se arma de coragem e declama pela primeira vez como Fernanda, filha de Bispoeta... 

Ou a escritora Elaine Gasparini com seu poema que defende a autonomia feminina: "Não sou princesa!" 

Pezão pratica a democracia no trato do sarau com o microfone aberto a todos,  mas cuida do tempo de cada um pra que todos consigam dar o seu recado...

Mariana Almeida que também já publicou seu livro em 2016, continua a contribuir para o êxito do evento, sem deixar de trazer algum poema de sua lavra para o Sarau...

Logo na primeira fila, muito atento, o corinthiano Pedro Garuchi, com a crônica "Eu vi primeiro"compartilha mais um de seus êxitos nesse dia...  

Ou a voz de  André Diaz dos Poetas do Tietê que arranca  a plateia da mesmice quando declama " O pinto é pop"...

E da Zona Leste o poeta Mini Alex é conhecido pelo apelo à interação com o público, uma das características do gênero oral do poema pra sarau...

A poesia pulsa...vigia, vigia, vigia, vigia...

Inclusive algumas vezes, sem a voz, transforma o espaço, como na performance de Vitor Guedes que vai ocupando o saguão de baixo pra cima até desabrochar...

Dona Hélia Alves Rodrigues, octogenária assídua neste Sarau, vem de bem longe e ostenta o primeiro livro publicado em 2016, fruto do Sarau A Plenos Pulmões

E vibra com seu " Poema ao amor"  que  busca a natureza da poesia nas ações corriqueiras do cotidiano e mostra como isto funciona como ecologia do sujeito... 

Ao cantar com um vozeirão afinado, Jaime Queiroga atrai a atenção para introduzir um poema que sensibiliza a todos com sua performance...

O casal Elide e Fernando Bispo, ligadíssimos...

Ela, no auxílio ao chamado dos inscritos...

Ele com o poema "José" de C. Drummond de Andrade ou até mesmo na percussão que vai dando o ritmo de alguns poemas ou da palavra cantada...

Poesia é a arte que não tem idade, um dos refrões de Marco Pezão...

E  José Borin, por exemplo, empunhando três rosas, uma de cada cor, parecia fazer ali sua estreia com direito à música de fundo...

Sem idade, o Sarau A Plenos Pulmões tem também Akani, cria de sarau que dá seu recado com o poema "Nas ruas de São Paulo"...

Nele invoca Malcon X, Gandhi ou Mandela e vai se tornando uma das mais precoces vozes...

Enquanto Marcelo, poeta e pai representa o modelo que apresenta neste sarau o gênero ensaístico na reflexão sobre os orixás...

E do Butantã vem Clovis Ribeiro que declama e sempre convida a todos a participar de seu programa de rádio...

Sob o manto da poesia afinam-se outros gêneros, como o drama... E no sarau cabe uma gama de gêneros das oralidades, desde a peça breve Poesia na Carne de Marco Pezão e Alai Diniz, encenada neste dia...

 como a performance de Luís Henrique Oliveira que arrebata o público com "Veneno", fragmento da peça Gota d´agua de Chico Buarque.

Em geral, o sarau A Plenos Pulmões traz sempre algum convidado especial. Neste o poeta e compositor João Verbo foi o destaque...

Com quatro melodias de sua autoria, a voz que iniciou foi a mesma que o finalizou pra ecoar uma potência em meio aos poemas...

Hoje o sarau torna-se reconhecido até mesmo na FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty de 2017. 

E esse público que não desanima em vir configura-se, sem dúvida, em uma resistência da prática verbivocovisual da literatura periférica em qualquer ambiente que se instale. A Casa das Rosas é apenas um deles!

Confiram alguns outros momentos no vídeo abaixo!                      


    
Reportagem, fotos e Captação: Alai Diniz e Marco Pezão

Edição de vídeo: João Verbo 

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo





Um comentário:

Unknown disse...

Aeeee!
Parabéns...que texto gostoso de ler, refletiu com autenticidade o que aconteceu no sarau que foi lindo de viver!❤