terça-feira, 30 de janeiro de 2024

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Doc da várzea do Campo Limpo

  Marco Pezão e sua paixão pela várzea do Campo Limpo & Taboão 

marco




 Aí, galera da várzea, 

Finalmente agora, depois de quase três anos de minha partida, eis que, de tanto caminhar pelos seis Clubes da Comunidade do Campo Limpo, entre 2017/2018, finalmente deixo por aqui o documentário: Do Campo Limpo ao Sintético: poesia sem miséria. 
 São vozes, ideias e depoimentos  de quem fez história ou está fazendo nos Clubes da Comunidade: Cleuza Bueno; Jd. Martinica; EC Parque Ipê (Sapy), Regional Jd. Paris, União Uleromã e Jd. Rosana. 

Certamente, um olhar atual sobre os CDCs observa que  há muito a conquistar e a entregar para que a diversidade ocupe também seu lugar, se não vão continuar a pensar que os Clubes é reduto machista. Entretanto, o CDC Sapy  abriga uma longa história de handebol em sua formação no Parque Ipê. Isto é um diferencial a destacar!
 
 Garantir também o direito  ao lazer das mulheres, das crianças pode ser uma das metas a serem alcançadas nestes escassos espaços de lazer. 

 Meu agradecimento a todos aqueles que tornaram possível este documentário, propaguem, divulguem e que minha memória sirva para incentivar a quem ainda pode mudar o curso da história periférica. 

Sempre fui um apaixonado pelo futebol sina que herdei de meu pai João, quando meu joelho não deu mais pra bola, usei a mente, os olhos e as mãos para manejar a câmera e captar o jogo em seu movimento. 

Era como se eu continuasse a jogar adivinhando num clique a trajetória da gorduchinha para a malha da gaiola. Gooooooooooooooooooooooooooooooooool!

 O campo da arte é a arte no campo. Curtam! Adeus, Marco Pezão


Link 






domingo, 10 de abril de 2022

Nóis na fila

 Aí, galera,

 Chamei alguns poetas para seguir blogando por aqui, como talvez  Marco Pezão quisesse... na falta de sua maestria, daquela sua alegria e paixão pelos times. E como futebol é movimento, hoje em três lances. 


  1. Entre seus amigos, Chiquinho do Martinica repassa a homenagem a Pezão pelo Instagran do Leão do morro. Só buscar  pelo martinicaoficial com essa foto inesquecível do poeta da bola. 




2. Entre produções dos amigos que hoje fazem parte do Sarau Nóis é Pezão, vem aí Mauzinho. Mas o que diz de si mesmo esse poeta?
"Mauricio Albert Schmidt, paulista da gema, um cronista metido a poeta, começou a frequentar o Sarau A Plenos Pulmões na Casa das Rosas por volta de 2012 e o Nóis é Pezão de Alai Diniz em 2021. Humor é Amar!" 

Eis a charge de Mauzinho que pode contracenar com uma ilustração de rua, o grafite aqui da Praça Elis Regina:

Qual ressaca é pior?

A) Vodka SPUTINik

B) Cerveja BIDEN BIDEN

Grafite na Praça Elis Regina de Zits 21

 





3. E para finalizar um poema da lavra de Marco Pezão inédito "Sábado" para saudar  a galera do futbolando:

Sábado
Fila da carne
Não para de crescer
Todo mundo qué
Uma carne pra comê no domingo.


Sábado
Fila da carne
Gente chegando
Gente saindo
Todo mundo qué
Uma carne
Pra morder
No domingo
 

Sábado
Fila da carne
O preço roubo
Todo mundo
Qué um naco
Pra mordê no domingo

Quem não qué frango
Leva boi pela vaca 
Porco e até carneiro
Quem não tem 
Leva nada
Come mal
Passa fome 
Domingo sem coxa.

 Quem chegar é bem chegado ao Sarau Nóis é Pezão, dia 13 de abril, das 19 às 20:30 hs. A Chiquinho do Martinica e a Mauzinho, nossa gratidão. TMJ!  Alai Diniz 

 

sexta-feira, 11 de março de 2022

Sarau NOIS É PEZÃO agora no blog futbolando alai diniz

                                     SARAU NÓIS É PEZÃO


 No dia 13 de outubro iniciamos o Sarau Nóis é Pezão, reunião virtual que fará no domingo, dia 13 de março,  17 meses de encontros. Neste tempo, fomos aumentando os nossos amigos frequentes que são poetas, escritores ou como dizia, Marco Pezão, gente que ama o sarau. 

Há talvez centenas de saraus em São Paulo, este nasce com a intenção de seguir um lema. "Caminhante não há caminho, se faz caminho ao andar." tradução de versos de Antonio Machado, poeta espanhol que já virou canção:

 "Caminante no hay camino, se hace camino al andar.

Em fevereiro de 2022, fizemos o primeiro sarau presencial na Casa das Rosas. Lá no jardim, em meio a rosas, lançamos a primeira Antologia Kartonera do Sarau Nóis é Pezão. 

Alguns flashs desse sarau podem ser vistos no vídeo abaixo, criado por Solange Solon Pacheco, uma das escritoras que faz parte do coletivo. Quem chegar é bem chegado! dia 13 de março das 19 às 20:30 hs. 




a bomba 

Em 2004, 11 de março explodia uma bomba numa Estação de Trem em Madrid - Atocha. 

Fiquei chocada e quando fico assim, escrevo. Triste Madrid! 

Abaixo deixo a vocês um link se quiserem ouvir o poema cantado.

João Pedro, meu filho,  fez o arranjo. 

Enviei, em 2009, a uma revista em Madrid. E de lá que vem o link.  Em meio a mais um conflito bélico - a Guerra da Ucrânia que nos faz duvidar dessa humanidade cruel, onde foi que se perdeu o trem da fraternidade entre os seres humanos. Será que esta espécie está fadada a ser extinta do planeta? O pior é que se houver uma guerra nuclear, levaremos todas as demais ao extermínio. 


https://www.omni-bus.com/n27/triste.html


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

TODO O MORRO

 

                               Todo morro entendeu quando o Leão chorou...


O luto acorda a várzea do Campo Limpo com a perda repentina de um líder: Marco Antonio Moraes filho, 48 anos de idade sofreu, no sábado, dia 20 de fevereiro, um infarto fulminante. Aos amigos do CDC Jardim Martinica, "Tetão", como era conhecido, deixa, não apenas saudades, mas um vazio na presidência desse Centro Desportivo Comunitário da região. Morador do bairro, desde 1960, foi um dos entrevistados por Marco Pezão no documentário do projeto "Do Campo Limpo ao Sintético: Poesia sem Miséria".


Foi então que o conheci no Martinica em 2018... E ouvi Marquinho dizer do amor ao bairro onde cresceu... sem deixar de críticar a administração pública pelo estado de abandono do Campo Limpo... Talvez por isso, tenha se engajado na direção da entidade, com alguns projetos de cunho social.

Um deles, Grupo de Solidariedade já foi fruto de uma matéria do blog futbolando. Foi criado por Marquinho e Dudu e abraçado pela diretoria e por muitos que contribuem para atender as famílias da redondeza, com cestas básicas durante a pandemia  e segue até hoje, com uma organização interna, tendo cadastrado cerca de 120 famílias. Chiquinho Romário que também participa da direção do Martinica, chamado por Marco Pezão de "o centro avante de um dos times mais famosos do Martinica, explica que Marquinho é "cria da casa." Seu primeiro apelido foi "Menudo" na fase adolescente em que assumia sua rebeldia. Depois, com os estudos, foi se achando na área contábil e superou obstáculos. Deixa três filhos. Segundo Chiquinho, estava "super bem", feliz com o amor de Ana Paula, sua esposa.
Aos filhos, à Ana Paula e aos familiares e amigos da várzea, aqui nos solidarizamos neste momento de sofrimento. Lamentamos que essa mente aberta, esse sangue novo e, de fato, atuante, na compreensão do seu papel social, provavelmente, teria conseguido atrair ao campo do Martinica, não só uma torcida de mulheres, mas também a times femininos, como afirmou em nossa entrevista... 
Entretanto, eis que corpos não são eternos e Marquinho, já em outra dimensão,  encontrará o pai que, ao final da vida, cego, dependia dele  para ir ao campo... Será que ainda lhe fará a locução dos jogos do Martinica? 
Certamente, irá confabular com tantos outros que já se foram.. batendo uma bola, enquanto o amado poeta e dramaturgo Marco Pezão, fotografará o jogo  ou dirá um de seus versos:
            Todo poderoso o morro 
            Todo poderoso eu morro...

E bastará um sorriso de Marquinho para oferecer a todos essa sua alma! 

    

                                                                                 Alai Diniz

domingo, 13 de setembro de 2020

A MARCO PEZÃO, 13/09/ 2020

         Quem encanta não morre, renasce! 

Há onze meses Marco Pezão se encantou, mas nunca deixou de estar presente na memória de quem o conheceu, de quem o leu ou de quem o amou. 

A intensidade de sua existência contribuiu para que a periferia armasse o escudo de uma literatura própria, com seus poetas, artistas editoras e leitores. 

Aos Guarani, há quem morre uma vez. Mas há também os que, ao morrer, por tudo o que fizeram ou deixaram de legado, renascem. Marco Pezão, registrado Marco Antonio Iadocicco, criou  no caminho seu nome. Ao morrer, renasceu na memória de quem assimilou a riqueza de sua alma,o sonho de cada um ser todo mundo.


No futebol de várzea, o jogador  virou fotógrafo, registrando uma paixão antiga. Do Rebouças ao Leão do Barranco (Martinica);do Portuguesinha (do Manezão) ao Jd. Roberto, no Taboão. O prazer de jogar não o detinha, Pezão seguiu, aos fins de semana, com a velha guarda da várzea, seus amigos e  no incentivo aos novos no campo com sua Cannon e no blog como jornalista. Sempre fiel!   


Dos pés às mãos, da destreza física à busca do lirismo, Pezão constrói outra trajetória como poeta da periferia a partir de 2001.   E com  seu amigo Miró da Muribeca em 2016, na escuta do poeta recifense em seu lirismo denso como no poema "Previsão do tempo":pipas no céu/crianças nas nuvens.


Um de seus legados não foi só o projeto que, em 2019,  deixa um livro, um documentário... Póstumo ficou Amo Sarau. Vivo o poeta e dramaturgo, enquanto vida tivermos pra lembrar seu canto, sua voz porque tudo o que se vê com amor é a verdade, o resto é fumaça! 

                            Alai Diniz  


  

sábado, 1 de junho de 2019

Nossa Vida, Nossa Arte: uma oficina poética no Centro da Criança e do Adolescente

Um prato de arte poética foi o que ofereceu a dupla de poetas da Livraria Poesia FC à meninada que participa do projeto "Nossa Vida, Nossa Arte" do CCA, na Vila Andrade, no último dia 03 de maio. A mediação foi realizada porThiago, o agente ambiental que atua na UBS do Jardim Rebouças junto à Dioneia Barreto, diretora do Centro da Criança e do Adolescente. 

Estar com quase 50 adolescentes em uma sala rendeu mais um fruto da parceria entre o Coletivo I Love Laje e a UBS Arrastão, iniciada durante o nosso projeto contemplado na primeira edição da Lei de Fomento à Cultura da Periferia entre os anos de 2017 e 2018.

No início da oficina a apresentação exigia, de cara, uma escolha e uma síntese com o nome de  cada um e uma palavra que contasse  aos demais como cada um se sentia como ser humano naquele momento. 

Esse exercício quebrou o gelo para que Marco Pezão entrasse com seu mantra "Nóis é ponte". Daí se estendia  uma outra canção sugestiva para nossos tempos: a "Loa da salsicha".  

A seguir a dupla atacou com "Briga de Casal" desenhando por fim o poema "Cada um é todo mundo".

Contudo, o clímax pode ter sido o "Canto guerreiro dos Timotes", poema anônimo de uma cultura originária da Venezuela, traduzido ao português.

As vozes em uníssono arrebataram a voz do vento; o corpo da chuva e o tronco de uma árvore, símbolos que para o coletivo indígena materializavam a energia e a resistência aos guerreiros.  Como em flocos de neve, iam caindo  por sobre os jovens de hoje, também aqueles jovens guerreiros em ambiente de violência  um toque de lucidez e encantamento que só a arte produz.
   
Aquela oficina poética foi apenas um mote para propor à instituição um projeto que pudesse unir a ferramenta democrática ao senso crítico, à escrita de poemas e à elaboração de uma antologia cartonera. 

Agora resta a resposta, a viabilidade prática e um grupo de jovens interessados do CCA para por as mãos na massa, com a musa de estandarte: a poesia. 

Texto: Alai Diniz
Fotos: Thiago UBS
Edição: Marco Pezão

A Plenos Pulmões, o sarau: cremos na poesia

Sábado, 01 de junho, a partir das 19h, na Casa das Rosas, Avenida Paulista 37, estaremos armados até os dentes com muitos versos e a indisfarçável alegria de somarmos juntos mais um encontro em oito anos de existência.

Lembrando que no sarau de abril tivemos o lançamento do livro ‘Do Campo Limpo ao Sintético; Poesia sem Miséria’ de Marco Pezão e Alai Diniz, pelo projeto Fomento à Cultura da Periferia da Prefeitura Municipal de São Paulo, um trabalho que reuniu crônicas, poesias, cenas breves, fotos e reportagens realizadas em 2017/18, em seis Clubes da Comunidade, da região sudoeste, além de recordações do futebol varzeano de Taboão da Serra. 

Somos saraueiros e incentivar a literatura, a leitura e sua oralidade é a nossa pegada. Passos de uma longa caminhada onde valorizamos a utilidade prática dessa ferramenta reinventada na periferia a partir de 2001. 

Cito como exemplo a nossa poeta Zanir D’ Oliveira, natural de Assunção, Paraguai, professora de Artes Cênicas, com pós-graduação na ECA-USP. Há cinco anos atrás descobriu o Sarau A Plenos Pulmões e se inscreveu para participar. Com rápidas palavras agradeceu a oportunidade e comentou que o poema a ser lido repousava havia vinte anos na gaveta. Do trêmulo papel seguro à mão, o sotaque a pautar as palavras e ali um novo roteiro começou a ser escrito.

Desde então, raríssimas vezes não esteve presente. Ganhou confiança. Sua poesia, corpo e alma. Fico feliz por seu apego e progresso. Zanir D’ Oliveira, no sábado, 01, conosco estará lançando seu terceiro livro – Imanências – que completa a trilogia antecedida por Reminiscências e Confidências. Ainda, seus poemas constam em cinco coletâneas.

Casa cheia no nosso último sarau. Mais de 30 poetas, vindos de todo quadrante paulistano, por lá desfilaram suas performances. Agradecemos a todos que, com suas presenças, fortalecem a nossa convivência cultural.

“Por todos os salários minguados. Por todas geladeiras compradas a prestação. Catchups apimentados! Liquidificadores de segunda mão:

Cremos na poesia. Cremos na poesia! ”

Microfone aberto. Apresentação de Marco Pezão e Alai Diniz.

Participe!

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Pincelando a literatura fantástica de Ítalo Calvino no Clube de Leitura I Love Laje de maio

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA



O Clube de Leitura I Love Laje continua e no dia 18 houve o relato de uma obra fantástica Visconde partido ao meio (1952) de Ítalo Calvino (1923-1985). 
 Escrita sete anos após a II Guerra Mundial, a obra começa retratando uma guerra em que o Visconde Medardo di Terralba luta contra os turcos.
 O narrador é seu sobrinho visto que chama o visconde de "tio". 
Identificar a voz do enunciador do relato é um dos pivôs para entender uma obra. Observar como ela se inicia e como termina constitui outro dos pontos de atenção. Entretanto, ao comentar uma obra, o melhor é dar apenas algumas pistas para que isso possa incitar a leitura e não esgotar tantos elementos que o ouvinte perca o desejo de buscar na obra sua própria visão. 

Nas batalhas tudo pode suceder, então numa delas, o nobre acaba  solapado por um canhão, tendo seu corpo dividido em dois. 
Então, é assim que vamos adentrando no universo do fantástico.  Até mesmo com o neologismo que indica o nome do protagonista.

 Medardo (Me+dardo = dardo em mim) não morre.

Alegando uma dessas peripécias da ciência médica, reconstitui-se o corpo do Visconde  pela metade.

"Costuraram, adaptaram, amassaram:sabe-se lá o que fizeram...meu tio abriu o único olho, a meia-boca, dilatou a narina e respirou...
vivo e partido ao meio." (CALVINO, p. 21)

Sequelado, assim volta o nobre ao reino de Terralba. Tal qual um mutilado, esse infortúnio transforma o personagem, antes alegre e justo. Agora  está regido por outra lógica. A de viver só com o lado direito à vista.

Uma capa escura o envolve do lado esquerdo, marcando dali em diante uma carência física e psicológica. 

Padece Medardo de uma lacuna... E por isso quebra a asa da ave de seu pai; paga só a metade da viagem ao carregador da liteira; decepa as peras ao meio...

"Da guerra só havia retornado a metade malvada de Medardo." 

 Só a direita de seu corpo cobrava vida. E assim prosseguem os desmandos do poderoso. Açoitava os leprosos para um pântano.  Condenou à forca tanto bandidos como caçadores e guardas. Sua ama de leite, a Velha Sebastiana inventou um modo de a enviar a viver na floresta com leprosos... E por aí vai o Visconde cometendo atos inconcebíveis ao leitorona como a matemática, serve para estimular sua imaginação e, pela estética também à reflexão sobre a nossa sociedade, nosso tempo! 

Não há uma só interpretação de um romance, depende sobretudo do repertório de cada leitor e do que cada um busca na obra.  

Experimente lê-la e você vai ter uma ideia de como sua imaginação vai agir...

Na mesma reunião  de maio, houve também o comentário de Marco Pezão sobre a obra Terra Sonâmbula (1992) de Mia Couto, escritor de Moçambique.  Confira nos próximos dias a matéria aqui neste blog. 

Texto: Alai Diniz


  

quinta-feira, 2 de maio de 2019

De Malala à faxina étnica: temas do Clube de Leitura de abril


 Malala, infância e a faxina étnica


no Clube de Leitura I love Laje



No dia 13 de abril, mais uma vez, o Clube se reúne para dialogar sobre temas diversos dos livros lidos no mês de março.  

Para começo de conversa, tivemos a Joyce, que comentou o livro, "Eu sou Malala",(2013) escrito por Malala Yousafzai, com Christina Lamb.

Esta jovem paquistanesa, nascida em 1997,  defendeu o direito a educação e foi baleada pelo Talibã.

"A todas as garotas que enfrentaram a injustiça e foram silenciadas.
Juntas seremos ouvidas."
Malala Yousafzai.



Em seguida temos, Duda apresentando sua leitura sobre o livro "A infancia acabou"(1996).

 Renato Tapajos. nascido em 1943, Belém do Pará. Além de ser reconhecido pela obra "A infância acabou", ele também é cineasta e roterista, tendo dirigido mais de 30 filmes entre curtas e longas metragens.


Por último, porém não menos relevante, temos  Gabriela, discorrendo sobre o livro "Antologia- Círculo Palmarin", 10 anos de resistência" (2006)

Uma obra criada coletivamente, com base em saraus, sendo um registro de resistência cultural do movimento negro.

Compõem o livro 65 poetas, ativistas do Círculo Palmarino, parceiras(os) de luta.

Quanto ao termo, Faxina Étnica significa os diferentes modos de apagar uma etnia.

Nesta reuniao de abril, além dos depoimentos sobre as leituras tivemos também uma homenagem póstuma a poeta Tula Pilar Ferreira, tema da proxima matéria do blog.

Texto: Jennifer Rosa.

Imagens: Marco Pesão.

Edição: Alai Diniz e Najara J.

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo







terça-feira, 23 de abril de 2019

Tula Pilar vive! Lembrar é resistir!


Somos nós que matamos nossos mortos!

Lembrar é existir e resistir!

domingo, 21 de abril de 2019

Zé Gordinho: valeu a caminhada!

Amadeu, Beto Branco, Pardal, Leonel Pazini, Zé Gordinho e Ladir integravam a Associação Municipal de Esportes, primeiro campeão da Liga Taboão da Serra de Futebol, em 1966.

Falar do José Araújo, o Zé Gordinho, evoca lembranças da SE Alvi-Verde da Vila Sonia, onde compôs o timaço fundado pelo meu pai João Iadocicco, em 1957, e que durante dez anos percorreu a várzea paulistana, aos domingos pela manhã, velejando na carroceria de um caminhão.

Zé Gordinho jogava de médio volante numa época em que o dono da camisa 5 tinha que ser soberano no meio campo. Seja no desarme ou lançamentos de quarenta jardas, como se dizia. Cobrindo os laterais e fazendo a bola rolar na construção de jogadas. São poucos jogadores, hoje em dia, que ainda guardam essas propriedades da posição. 

Na foto o esquadrão do GR Martinica, de 1971. 

Em pé: Clodoaldo, Zicão, Maciel, Mané, Gilvan, Lori, Zé Gordinho, Gibie e Moacir.

Agachados: Simonal, Joarez, Pedrão, Dori, Rui, Paulinho, e Nelsão. 

Zé Gordinho com o mano Rubinho, no CDC Cleuza Bueno, em 2017.

O CDC Cleuza Bueno era seu lugar de frequente visita para rever os amigos e prestigiar nosso futebol varzeano. 

Zé Gordinho e Cai Cai, gerações diferentes, mas de mesma paixão. 

No CDC Martinica, com Manezão, Zé Gordinho construiu uma história de muitas amizades.


Embora ficássemos tempos sem nos ver, os nossos reencontros sempre foram marcados de carinho e consideração. 

Valeu a caminhada, Zé! Ao seu lado, ao longo de tantas jornadas em torno da bola desfrutamos de bons momentos. 

Zé Gordinho finalizou sua missão entre nós na madrugada do dia 9 de abril, terça-feira.   

Em recordá-lo, agora, estou a agradecer por ter compartilhado um pouco de sua intensa trajetória pelos campos da várzea.

sábado, 13 de abril de 2019

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Clube de Leitura I Love Laje: Joyce Souza conta o que leu.



POESIA É ARTE 

DE QUEM NÃO TEM IDADE:

LEIA. ESCREVA. 

DÊ VOZ A UM POEMA!

terça-feira, 2 de abril de 2019

No I Love Laje: Mephisto, o injustiçado!

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA

Não duvidem! Há teatro de primeira linha na periferia! Aqui mesmo no Campo Limpo, a Lei de Fomento à Cultura da Periferia - 2018 possibilitou a circulação do Bando Trapos do Espaço Cultural CITA que, em parceria com o coletivo I LOVE LAJE, animou a noite de 15 de março de 2019, com uma performance sensacional da peça Mephisto, o injustiçado.

O embate entre as forças do Bem X Mal ronda a humanidade em diferentes culturas e a literatura como parte do imaginário teve em J. Wolfgang Goethe (1749- 1832), romancista alemão, a tragédia em versos Fausto, escrita em duas partes. Goethe tratou do conflito  entre Religião e Ciência através da ambiguidade interior do ser humano pelo pacto de um médico com Mefistófeles (Lúcifer) exaltando a angústia do século XIX e que, no Brasil, parece estar mais presente que nunca.  

Mephisto, filme de 1981, dirigido por Istvan Szabo, foi mais uma entre tantas versões desse mito que recriou o pacto com Lúcifer em um contexto moderno. A criação coletiva da Bando Trapos revisita o poder do protagonismo satânico em sua ambiguidade, na brilhante  atuação de Welton Silva, adequando seu discurso persuasivo ao nosso tempo. Ao aqui-e-agora, pleno de fake news, idiotia e tramoias. 
Méphis seduz espectadores e atrai para si um elenco periférico com  a promessa do sucesso. Inicia um teatro de percurso que da rua  entra para a livraria - o primeiro ambiente do Espaço I Love Laje, recriado como locus da metamorfose dos quatro saltimbancos em artistas. 

Conduzidos pela lábia de Méphis estimula a performance dos atores selecionados que se caracterizam aos poucos diante do público. Os espectadores vão sentindo os efeitos de personagens como Gero (Deco Morais); Flor (Cleia Varges); Mudo (Joka Andrade) e Mary Star(Ton Moura) criam em busca da fama. 

É a obstinação do discurso de Mephisto  que leva a todos ao primeiro território infernal  que retrata o prazer do alimento carnal  para nutrir o elenco em uma "santa ceia."  

Outro ambiente infernal vai destacando ao que vai sendo reduzido cada um dos abduzidos pela lógica mefistotélica. 

A fim de provar a injustiça que o condena a eternizar-se, Méphis rege a sutileza da arte na sinfonia dos cristais: momento sublime de entrega dos atores....  

Em busca do sagrado na arte e na dança dos corpos que seguem na  buscando de uns e outros e questionando a Deus.

Escravizados pelo desejo  obsessivo da presença do Messias a cena se revela potente. O que é real? 

O que é enigma? o que é teatro? Divino ou profano entre nós?

Tomados pela magia do espetáculo em sua  vetorização: da performance dos atores à iluminação, (Daniel Trevo) da sonoplastia ao  cenário e à produção (Nicoly Soares; Junior Matos e a Davi Damasceno e à direção que nos conquistou do começo ao fim. 

Se éramos pouco menos  de 20 no público... Quem atendeu ao apelo viveu o encantamento que a arte produz na alma. A periferia tem direito a ir da rotina que nos escraviza pra viver a liminaridade. Cada canto do I Love Laje foi criando vida à passagem desse vendaval deixado pelo CITA: Centro integrado de Artes. Parabéns ao Bando Trapos, à Dêssa Souza, antiga parceira a quem agradecemos. A periferia tem teatro a oferecer sim! Confiram!

Texto: Alai Diniz
Fotos e edição: Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo