segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

I Love Laje no Fomento à Cultura da Periferia

Os manos Rubinho e Zé Gordinho. Na várzea são muita lenha na fogueira

Finda-se o mês de janeiro e tamo no gás percorrendo os CDCs que fazem parte da programação desse projeto que envolve a história do bairro de Campo Limpo e o futebol varzeano.

I Love Laje no Fomento à Cultura da Periferia irá percorrer os Centros Desportivos Comunitários do Jd Rosana, Cleuza Bueno, Martinica, SAPY, Jd Umuarama, Regional, e o campo do Pantanal, no Capão Cidadão.

Na sede – Espaço de Convivência Cultural I Love Laje - à rua Martinho Vaz de Barros, 27, Vila Pirajussara, altura do número 3000 da Estrada do Campo Limpo, várias ações irão ocorrer.

Oficinas de texto, fotografia, audiovisual, teatro, além da livraria e um café expresso da hora.

O projeto - Do Campo Limpo ao Sintético; Poesia Sem Miséria - tem a duração de 2 anos e ao final um livro e um documentário irão condensar tudo que está sendo elaborado e divulgado no blog Futbolando.

Experiências novas vão surgindo em nossas andanças... 

...e nessas visitas aos CDCs, de repente, nos encontramos com vivas lembranças.

Assim foi no CDC Cleuza Bueno, Jd Umarizal, no domingo 22 de janeiro, quando lá estivemos para registrar o aniversário de 44 anos do GE Jd Rebouças.

Já tinha encontrado o Rubinho, zagueiro do Masters Jd Rebouças, com quem joguei e convivi no GR Martinica.

A gente trocava uma ideia e no que eu olho vindo em nossa direção...

...o seu irmão e meu amigo de longa data: o Zé Gordinho.

Falar dessa recordação me leva aos anos 60, ainda eu moleque. Meu pai, o João da Bola, tinha um time chamado Alvi Verde. 

A gente morava no bairro da Vila Sonia, que, naquela época, tinha os campos do Vila Morse, do Flor da Vila, e do Rebouças.

Politicamente falando, o Brasil tinha o Juscelino Kubitschek como Presidente da Republica, que governou de 31 de janeiro de 1956 à 31 de janeiro de 1961.

Na sequência, a jovem democracia elegeu Jânio Quadros, o varre-varre-vassourinha, que depois de 7 meses renunciou ao cargo presidencial incomodado pelas forças ocultas.

Ninguém se lembra, mas, interinamente, assumiu a presidência o deputado federal Ranieri Mazzilli que ficou até 07 de setembro de 1961...

...quando então o vice-presidente João Goulart vestiu a faixa e governou até 1 de abril de 1964, sendo deposto pelo golpe militar.

O interino Ranieri Mazzolli reassumiu e ficou no cargo até 15 de abril de 1964, dando vez ao general Humberto Castelo Branco e a instauração do regime de exceção.  

Foi nesse tempo que eu o conheci. O Zé Gordinho, levado pelo Zezão, se enturmou com a rapaziada e jogando no meio-campo fez parceria com o Pelézinho, Tatu, o meu mano ponta-esquerda Chicão, o goleiro Boi Vedete, Canhão, Boia, Rui, Geni...

...e tantos quantos suaram e valorizaram aquela camisa.

Fundado em 1957, durante 10 anos o time só jogou em campo adversário, viajando a bordo de um velho caminhão Chevrolet apelidado de Caravelli, que era nome de um avião veloz.

A alegria do reencontro trouxe narrativas. Uma delas, a vitória do Alvi Verde sobre o Brasil de Pinheiros, por 1 a 0, quebrando uma invencibilidade de 78 partidas.

O campo chamado de Areião ficava onde hoje é o Shopping Eldorado, na Av. Euzébio Matoso, logo passando a ponte.

Recordamos o gol. Pedro Tafuia, camisa 15, entrou no jogo e aproveitou o cruzamento do Aladir...

...no rebote meteu uma puxeta de calcanhar.

Um filme passa em nossas mentes. O adversário só tinha boleiro: o goleiro Coruja, o Carabina, o Dorinho, o Varcas...

...o campo superlotado. As apostas. O jogo passou do tempo. O juiz fez o que pode, mas não teve jeito.

Muito bom estar com você, Zé Gordinho, revivendo esses momentos.

Um prazer que só o futebol varzeano nos proporciona.

Com a taça nas mãos e algazarra em cima do caminhão relembramos o canto triunfante...

- Lá vem o Alvi Verde, subindo o morro com sua taça na mão, lá vem o Alvi Verde, da Vila Sonia ele é o campeão, lá vem...


DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É VIDA

PRATIQUE


Apoio: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo



2 comentários:

Alai Diniz disse...

A memória nos leva de mãos dadas pelo passado causando emoções intensas. Pena que Pezão não tenha postado sua voz cantando a melodia do Alvi verde. Daniel, Marcos e eu fomos testemunhas desse momento ímpar entre Zé Gordinho e ele. Que tal gravar o áudio e compartilhar com a galera?

Marco Pezão disse...

Grato, Alai. Fico feliz por você partilhar esses momentos conosco. Abraço.