Solanaceae, família numerosa. 3000 espécies em 10 gêneros.
Como imaginar, diante de sua formosura, que fosse parente de pepinos, tomates e o tabaco?
Teu corpo em hastes espalma folhas disformes, viçosas. De onde se alongam estipes curvas, sustento de vistosos bagos.
Uma hidra com 13 cabeças.
Na Índia ou nas Américas, pri-ma-dona do prazer noturno. Feito strip-tease valoriza cada peça que tira.
Do luar, amante. Sépalas, pétalas agitam-se e abrem-se em cadência estelar.
Até que, esplendorosamente nua, sua fragrância suaviza o ar e nos embriaga.
Translúcida,
branca. Delicados fios expõem o creme do pólen.
Além da brisa, que bichos de hábitos noturnos vêm te polinizar?
Exótica, não fosse tóxica, lamberia o mel.
Pois, segundo a crença, teu óleo revigora o estigma sexual.
Cestrum Nocturnum, Dama de La Noche, Lady of the Night, Medeia que nossos olhos vidram.
Sigo atrás do acalanto.
Mas, antes, pela vidraça da porta, invejo a mariposa que sobre sua flora esvoaça.
Abertas as cortinas, o sol. E as flores repousam lânguidas e murchas.
Sábia natureza;
Para intenso ardor, uma noite basta!
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