sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Você sabe que...

Óleo sobre tela, de Maria Antonieta, Atibaia, SP...

Continuando com as origens dos ditos populares...

Uma contribuição da professora de história e pesquisadora Maria Antonieta Iadocicco, ao Futebolando e família varzeana...


BRINCAR DE GATO E RATO

Em 1913, na Inglaterra, as mulheres começaram a protestar exigindo o direito ao voto.

Muitas foram presas por perturbarem a ordem.

As jovens então, começaram a fazer greve de fome na cadeia.

Para contornar a situação, o Parlamento aprovou o "Ato de Soltura Temporária dos Prisioneiros Doentes"...

Que ficou conhecido como o "Ato do Gato e Rato"...

Assim que elas estivessem fora de perigo, voltariam para a prisão...

Como o gato faz com o rato...

CASA DA MÃE JOANA

Surgiu com Joana l (1326-82 ), condessa de Provença e rainha de Nápoles.

"Casa da mãe Joana" tornou-se referência de prostíbulo, bagunça.

Pois, em 1347, Joana l regulamentou os bordéis de Avignon...

CHEGAR DE MÃOS ABANANDO

No final do século XlX, o governo brasileiro subsidiou as passagens para que os estrangeiros viessem com suas famílias trabalhar nas fazendas de café.

Eles deveriam trazer suas ferramentas para executar o serviço.

Aqueles que vinham sem elas ou com "as mãos abanando", eram considerados preguiçosos, que não queriam nada com o trabalho...

CHEIO DE NOVE HORAS

Por volta do século XlX, em diversas localidades do Brasil, quem fosse encontrado na rua após as 9:00 horas da noite era revistado...

Pois esse momento era tido como "hora de dormir".

Também os eventos sociais e visitas não deveriam ultrapassar esse horário...

Por isso, as pessoas cheias de muitas regras passaram a serem denominadas "cheias de nove horas".

COLOCAR A MÃO NO FOGO

Essa expressão nasceu no Medievo.

O réu para provar sua inocência deveria caminhar com uma barra de ferro quente perante o juiz.

Para proteger as mãos, embebia-se um pedaço de estopa com cera.

Cerca de três dias depois a estopa era retirada.

Se não houvesse queimaduras nas mãos, o réu era considerado inocente...

Mas se ficassem marcas, ele era condenado e enforcado...

CONTO DO VIGÁRIO

Duas igrejas em Ouro Preto receberam um presente:

Uma imagem de santa.

Para verificar qual das paróquias ficaria com o presente, os vigários resolveram deixar por conta da mão divina, ou melhor, das patas de um burro.

Exatamente no meio do caminho entre as duas igrejas, colocaram o tal burro...

Para onde ele se dirigisse, teríamos a igreja felizarda.

Assim foi feito, e o vigário vencedor saiu satisfeito com a imagem de sua santa.

Mas ficou-se sabendo mais tarde que o burro havia sido treinado para seguir o caminho da igreja vencedora.

Assim, conto do vigário passou à linguagem popular como falcatrua, sacanagem...

COZINHAR O GALO

Uma das explicações vem da Missa do Galo...

Depois da qual era servido o galo cozido...

Como a carne do galo é dura, as pessoas da casa iam à missa...

E deixavam alguém cozinhando o galo...

O que, na linguagem popular, passou-se a considerar

Como aquele que está fazendo hora, enrolando...

Vista parcial do Rancho Mariju, Atibaia (SP), foto de Marco Pezão...

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