segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Na Biblioteca Helena Silveira, poesia é Veia e Ventania!

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA 

Acreditamos nessa gurizada, mano! Quem diria que essa turminha da 5a. série A do Vilas Boas na parceria com as professoras Cristina Freitas e Cristina Adriana (ambas ao fundo, na foto, ao lado de Marco Pezão), aceitariam, com tanto pique e entusiasmo, o desafio de criar um livro com poemas deles?

Como o cartaz anuncia, o sarau do dia 27 de outubro teve o microfone aberto...

...mas as vozes que se ouviram foi o da turminha da 5a A, mescladas com a de alguns "saraueiros de carteirinha" e também de duas professoras que encararam a parada com o maior afinco. 

Foram garotos e garotas que não tiveram dificuldades em falar no microfone o que criaram na oficina, mais de vinte poemas que eles não titubearam em mostrar aos demais. 

A biblioteca Helena Silveira escutou  vozes jovens que experimentaram a escrita do  poema e o seu burilamento antes do sarau. Como um diamante, um poema não vem só da inspiração,  exige lapidação.

Tanto Camille como Enzo, Letícia ou Maria Eduarda, todos  estavam ansiosos pelo momento de apresentar sua criação que também teve outros destaques.

Mestre Geraldo Magela nos encantou ao trazer o canto das lavadeiras de uma região de Minas Gerais. Lá onde nasceu ...

No Vale do Jequitinhonha  que a violência da catástrofe da Samarco em  Mariana ainda não conseguiu debelar...

Poesia é sentimento e sedimento...

Cristina Freitas, a professora também aceita a aventura da escrita e o potencial de uma voz que pulsa...

Vale a pena ler seu poema que aborda a transformação...

...se anunciando em um futuro próximo: a aposentaria. 

Esse é o sonho de tantos brasileiros que agora, com a reforma da previdência, passará a ser não apenas um privilégio como uma grande incógnita na vida de cada um! 

O poema da Profa. Cristina Adriana também merece atenção pela postura de defesa à Natureza e o apelo à ecologia imprescindível para conter o aquecimento planetário...

É nesse gesto conhecido que, em nome de todos os presentes, ali naqueles encontros vamos vendo passo a passo a experiência projetada com a oficina e o saraus...

Finalizando em dezembro com a execução do livro em formato cartonera...

Essa produção artesanal com capa de papelão (cartón, em castelhano) teve origem em Buenos Aires. Em 2001, esse país vizinho estava em crise de emprego. Todo mundo tava lascado, aí surge a Eloísa Cartonera. 

 O coletivo envolvia catadores de papel e escritores tais como Washington Cucurto. A experiência reúne o desejo de escrever com o trabalho importantíssimo daqueles que vivem da reciclagem...
Além disso, há catadores que se transformam nessa produção criativa. 

Após a Eloísa Cartonera, a ideia se transformou em uma rede. Yerba Mala Cartonera (Bolívia); Lupita Cartonera (México) , Dulcineia Catadora (São Paulo);  Katarina Cartonera ( Fpolis). Hoje há cartoneras espalhadas pelo mundo... 

Com as próprias mãos, recria-se a respiração das árvores que, desde que viraram caixas, retornaram ao ar com o encontro coletivo que é a confecção do livro para expandir-se na arte da edição como na roda do Sarau...

As duas docentes, Cristina Freitas e Cristina Adriana trazem para a 5a. A o frescor desse momento que é vivido por elas...

pelos estudantes, por quem esteja na Biblioteca Helena Silveira...

É Paula, a bibliotecária que vai informando como funciona o cadastro e a oportunidade que a Biblioteca do Campo Limpo oferece, todos os dias da semana.

E após todo esse zum zum zum de vozes que promovem a literatura, o paladar agradece a fina opção que o Sarau A Plenos Pulmões oferece pelas mãos quituteiras de Otília Pires ... 

...com bolos e sucos, os novos aprendizes da arte de poemar, organizados em filas, alegres, anseiam pela recompensa...

Afinal ninguém  é de papelão e muito menos de ferro!

Amanhã, dia 28 de novembro, às nove horas, mais um encontro com essa gurizada...
É de arrebentar a boca do balão.
 Sarau A Plenos Pulmões, na Biblioteca Helena Silveira. 
É nois! 

Reportagem: Alai Diniz e Marco Pezão
Fotos e Vídeos: Marco Pezão e Réporter Favela
Edição: Alai Diniz e Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA


A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo




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