segunda-feira, 8 de outubro de 2018

IV FELIZS agitou o Campo Limpo

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA

A FELIZS - Feira Literária da Zona Sul- tendo à frente o poeta Binho, caminhou pelas ruas do Campo Limpo comemorando sua quarta edição consecutiva, mostrando o que há de bom e novo na arte da periferia. 

Visitando pontos culturais do bairro, chega à livraria Poesia FC, porta de entrada do nosso Espaço de Convivência Cultural I Love Laje, e com o poeta Caco Pontes fez a festa rolar.

A galera do EMEF Sinésio Rocha veio junto com muita garra pra mostrar que a juventude anseia por participação.

Nessa parada, Otília canta para o cortejo...

Marco Pezão declama "Nois é ponte e atravessa qualquer rio"...

Embevecido Djalma Pereira, poeta que veio lá da Paraíba, escuta e faz coro, enquanto um fotógrafo registra a ação. Ao lado, Dorinha, diretora da Casa de Cultura, prestigia o acontecimento.

A Estrada do Campo Limpo ganhou o colorido de outras vozes, a poeta Raíssa e ao fundo a melodia de Marlon...

A poesia se expande graças a uma bike conversível que abafa os ruídos das máquinas mortíferas...

 E a FELIZS ofereceu uma extensa programação envolvendo bibliotecas, escolas, o Espaço Clariô, a praça e o SESC Campo Limpo. 

A cultura ativa a memória. 11 de setembro é uma data marcante no calendário. Pra nós, o primeiro onze nefasto foi o de Santiago do Chile, em 1973, quando o  Palácio de La Moneda sofreu uma invasão militar, derrubando um governo eleito em uma Frente ampla. 

O golpe privatizou de vez as universidades públicas chilenas, decepou a mão e calou pra sempre a voz de Victor Jara, compositor e intérprete da Nova Canção Chilena e o estádio de futebol virou campo de concentração e fuzilamento de estudantes, artistas e trabalhadores.  

O mundo assistiu estarrecido um espaço de lazer virar cárcere coletivo onde o único prato a ser servido foi o do medo e da violência desmedida.

O segundo 11 de setembro foi o de 2003 que teve repercussão global. 

As Torres Gêmeas em Manhattan chocou o Ocidente, acostumado apenas com uma violência rumo ao Oriente Médio, Afganistão, etc.. 

Agora era do Oriente que a indústria bélica americana recebia a tragédia de um atentado na cidade que detém um dos pontos nevrálgicos do business global: Wall Street.

Aqui, o 11 de setembro de 2018, no SESC Campo Limpo reuniu o Panorama da Arte na Periferia. 

Uma mesa com Marco Pezão, J. Caxacalunga e Peu Pereira, diretor do documentário, realizado em 2007, com Diane Padial na mediação, a fim de registrar o balanço  de uma década.

Ir e vir é sempre um ato de equilíbrio necessário em qualquer existência e também em um evento que pretende se consolidar.

O certo é que a Feira Literária da Zona Sul projeta-se com a seriedade e resistência que a equipara a qualquer evento interdisciplinar da universidade pelo Brasil afora.    

No dia 15 de setembro, no Espaço de Convivência Cultural I Love Laje, a mesa de "Cinema e Literatura" trouxe 3 filmes:  

Dara, dirigido por Renato Cândido.

Ferroada de Adriana Barbosa e Bruno Castanho 

E Sangría de Luiza Romão. 

Fernando Solidade teve a incumbência de alimentar o debate. Casa lotada! A discussão embalou até as nove, quando Luana Bayô finalizou com um show imperdível.

No último dia da FELIZS, além de diversas atrações,  dia 22 de setembro,  a praça refletiu noca primavera, artesãs, moda, a literatura, a oralidade e o sarau. 

Os curtas metragens dominaram o ambiente. E o artista Chico Cesar bancou o encerramento com maestria. 

Duda, Gabriela, Joyce e eu do Clube de Leitura I Love Laje fomos assistir os escritores de três gerações à mesa:  

Geovani Martins  com o livro de contos " Sol na cabeça"(2018); 

Marcelino Freire, escritor pernambucano da melhor safra. Residente em São Paulo, parceiro de boas causas, em nossa contemporaneidade, por ele a gente grita gol. 

De longe, Manaus, veio Milton Hatoum que também traz a marca da imigração no sangue de sua escritura.

A IV FELIZS começou no dia 10 de setembro e durante 12 dias levou à quebrada um mundaréu de atrações, novidades e reflexões. 

Como sempre a base foi a sociabilidade, o afeto no compartilhamento do saber. 

Uma agitação imprescindível que fez o Campo Limpo vibrar nas veias de quem cultua a diversidade, a arte e a imaginação.

Texto e edição: Alai Diniz e Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!

Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo