I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
A FELIZS - Feira Literária da Zona Sul- tendo à frente o poeta Binho, caminhou pelas ruas do Campo Limpo comemorando sua quarta edição consecutiva, mostrando o que há de bom e novo na arte da periferia.
Visitando pontos culturais do bairro, chega à livraria Poesia FC, porta de entrada do nosso Espaço de Convivência Cultural I Love Laje, e com o poeta Caco Pontes fez a festa rolar.
A galera do EMEF Sinésio Rocha veio junto com muita garra pra mostrar que a juventude anseia por participação.
Nessa parada, Otília canta para o cortejo...
Marco Pezão declama "Nois é ponte e atravessa qualquer rio"...
Embevecido Djalma Pereira, poeta que veio lá da Paraíba, escuta e faz coro, enquanto um fotógrafo registra a ação. Ao lado, Dorinha, diretora da Casa de Cultura, prestigia o acontecimento.
A Estrada do Campo Limpo ganhou o colorido de outras vozes, a poeta Raíssa e ao fundo a melodia de Marlon...
A poesia se expande graças a uma bike conversível que abafa os ruídos das máquinas mortíferas...
E a FELIZS ofereceu uma extensa programação envolvendo bibliotecas, escolas, o Espaço Clariô, a praça e o SESC Campo Limpo.
A cultura ativa a memória. 11 de setembro é uma data marcante no calendário. Pra nós, o primeiro onze nefasto foi o de Santiago do Chile, em 1973, quando o Palácio de La Moneda sofreu uma invasão militar, derrubando um governo eleito em uma Frente ampla.
O golpe privatizou de vez as universidades públicas chilenas, decepou a mão e calou pra sempre a voz de Victor Jara, compositor e intérprete da Nova Canção Chilena e o estádio de futebol virou campo de concentração e fuzilamento de estudantes, artistas e trabalhadores.
O mundo assistiu estarrecido um espaço de lazer virar cárcere coletivo onde o único prato a ser servido foi o do medo e da violência desmedida.
O segundo 11 de setembro foi o de 2003 que teve repercussão global.
As Torres Gêmeas em Manhattan chocou o Ocidente, acostumado apenas com uma violência rumo ao Oriente Médio, Afganistão, etc..
Agora era do Oriente que a indústria bélica americana recebia a tragédia de um atentado na cidade que detém um dos pontos nevrálgicos do business global: Wall Street.
Aqui, o 11 de setembro de 2018, no SESC Campo Limpo reuniu o Panorama da Arte na Periferia.
Uma mesa com Marco Pezão, J. Caxacalunga e Peu Pereira, diretor do documentário, realizado em 2007, com Diane Padial na mediação, a fim de registrar o balanço de uma década.
Ir e vir é sempre um ato de equilíbrio necessário em qualquer existência e também em um evento que pretende se consolidar.
O certo é que a Feira Literária da Zona Sul projeta-se com a seriedade e resistência que a equipara a qualquer evento interdisciplinar da universidade pelo Brasil afora.
No dia 15 de setembro, no Espaço de Convivência Cultural I Love Laje, a mesa de "Cinema e Literatura" trouxe 3 filmes:
Dara, dirigido por Renato Cândido.
Ferroada de Adriana Barbosa e Bruno Castanho
E Sangría de Luiza Romão.
Fernando Solidade teve a incumbência de alimentar o debate. Casa lotada! A discussão embalou até as nove, quando Luana Bayô finalizou com um show imperdível.
No último dia da FELIZS, além de diversas atrações, dia 22 de setembro, a praça refletiu noca primavera, artesãs, moda, a literatura, a oralidade e o sarau.
Os curtas metragens dominaram o ambiente. E o artista Chico Cesar bancou o encerramento com maestria.
Duda, Gabriela, Joyce e eu do Clube de Leitura I Love Laje fomos assistir os escritores de três gerações à mesa:
Geovani Martins com o livro de contos " Sol na cabeça"(2018);
Marcelino Freire, escritor pernambucano da melhor safra. Residente em São Paulo, parceiro de boas causas, em nossa contemporaneidade, por ele a gente grita gol.
De longe, Manaus, veio Milton Hatoum que também traz a marca da imigração no sangue de sua escritura.
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A IV FELIZS começou no dia 10 de setembro e durante 12 dias levou à quebrada um mundaréu de atrações, novidades e reflexões.
Como sempre a base foi a sociabilidade, o afeto no compartilhamento do saber.
Uma agitação imprescindível que fez o Campo Limpo vibrar nas veias de quem cultua a diversidade, a arte e a imaginação.
Texto e edição: Alai Diniz e Marco Pezão
DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
A VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo