I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
Enquanto
a bola rola no campo do Centro Desportivo Comunitário Cleuza Bueno, o sol vai
ensaiando incendiar o dia 25 de janeiro.
Quis homenagear Drummond em seu
Centenário sendo uma pedra no meio do caminho de quem caminhava.
Começo por Antonio que assiste ao jogo sentado
em uma mureta ao lado da pista. Jogou durante oito anos no Cleuza Bueno e agora
volta só para apreciar.
Chama atenção
esse olhar que, se, em aparência, desconfia, no fundo, no trato não me confundiu
aquela bondade.
O papo rolou solto, mas
se a pose o assusta, a foto capta esse
receio de se expor e o incômodo que, sem querer, talvez, eu lhe tenha
causado...
Na crônica ainda é tempo pra pedir desculpas, Antonio!
Na arena sintética, disputam os protagonistas
em uma data histórica para o Jardim Rebouças.
Em volta, a periferia do campo. Há mulheres que caminham ou se exercitam
no feriado.
A pista assimila também um público feminino de diferentes faixas
etárias que deixa o lugar de espectadoras.
Entre as quinze voltas da mãe, a menina cumpre dez
e é na caminhada que o papo também rola
imitando a bola no campo.
É mulher na
pista!
Com Mary, lépida, conversei rapidamente, mas foi o bastante para aprender
que minha amiga árvore...
...que sentou no muro, personagem da crônica anterior, representaria....
... “ o desespero da natureza pra sobreviver”.
Síntese da bióloga. Valeu, Mary!
Não
conversei com todas. A moda jovem pra caminhar do american way of live que importou o hábito do fone de ouvido parece
repelir contatos.
Respeitei quem ouvia ou quem corria. Lara, que vem ao centro de vez em quando, dá
cinco voltas e preferiu não ser fotografada.
Quando menciono o projeto do Espaço I LOVE LAJE,
Irene embala:
- Queria tanto aprender crochê? É um desejo antigo. Agora tenho tempo. Pode ser dança também pra terceira idade!
Anotado o pedido, Irene!
As oficinas previstas no projeto irão do
jornalismo ao audiovisual, da poesia ao teatro,
assim que a reforma do Espaço de
Convivência Cultural terminar.
Entretanto, havendo demanda, é possível adequar
outras oficinas na medida do interesse coletivo e em consonância com a
finalidade do projeto:
Do Campo Limpo ao Sintético: Poesia Sem Miséria.
Do Campo Limpo ao Sintético: Poesia Sem Miséria.
As mulheres que correm, andam ou adentram esse espaço, tradicionalmente masculino como são os CDCs, foram apenas uma amostra da acolhida que tive em minha crônica periférica.
Retratar quem fica à margem
da várzea mas não se inibe. É isso, pessoal...
As figuras de Joe, Trinta e Binho pegam na dura tarefa comunitária e voluntária de coordenar o Cleuza Bueno e se mostram abertos a receber quem quiser vir...
... não só pra usufruir mas também pra ajudar.
Tanto penso assim que me atrevo a trazer do lirismo de Manuel Bandeira, uma outra Irene imortalizada em um de seus
poemas:
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Quem vem ao CDC pra se nutrir de alegria, prazer e esporte, bem-vinda(o)!
A chamada agora é pra formar times de futebol feminino.
A mulher gera vida e tem o dom de congregar a seu redor o calor pra não deixar morrer um costume antigo da vida comunitária.
Venha! O campo é nosso!
Ah! E mais, O I Love Laje está aberto pra você!
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Quem vem ao CDC pra se nutrir de alegria, prazer e esporte, bem-vinda(o)!
A chamada agora é pra formar times de futebol feminino.
A mulher gera vida e tem o dom de congregar a seu redor o calor pra não deixar morrer um costume antigo da vida comunitária.
Venha! O campo é nosso!
Ah! E mais, O I Love Laje está aberto pra você!
Crônica e fotos: Alai Diniz
Do Campo Limpo ao Sintético
Poesia Sem Miséria
A Várzea é Vida!
Prestigie!
Apoio: Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo