Um prato de arte poética foi o que ofereceu a dupla de poetas da Livraria Poesia FC à meninada que participa do projeto "Nossa Vida, Nossa Arte" do CCA, na Vila Andrade, no último dia 03 de maio. A mediação foi realizada porThiago, o agente ambiental que atua na UBS do Jardim Rebouças junto à Dioneia Barreto, diretora do Centro da Criança e do Adolescente.
Estar com quase 50 adolescentes em uma sala rendeu mais um fruto da parceria entre o Coletivo I Love Laje e a UBS Arrastão, iniciada durante o nosso projeto contemplado na primeira edição da Lei de Fomento à Cultura da Periferia entre os anos de 2017 e 2018.
No início da oficina a apresentação exigia, de cara, uma escolha e uma síntese com o nome de cada um e uma palavra que contasse aos demais como cada um se sentia como ser humano naquele momento.
Esse exercício quebrou o gelo para que Marco Pezão entrasse com seu mantra "Nóis é ponte". Daí se estendia uma outra canção sugestiva para nossos tempos: a "Loa da salsicha".
A seguir a dupla atacou com "Briga de Casal" desenhando por fim o poema "Cada um é todo mundo".
Contudo, o clímax pode ter sido o "Canto guerreiro dos Timotes", poema anônimo de uma cultura originária da Venezuela, traduzido ao português.
As vozes em uníssono arrebataram a voz do vento; o corpo da chuva e o tronco de uma árvore, símbolos que para o coletivo indígena materializavam a energia e a resistência aos guerreiros. Como em flocos de neve, iam caindo por sobre os jovens de hoje, também aqueles jovens guerreiros em ambiente de violência um toque de lucidez e encantamento que só a arte produz.
Aquela oficina poética foi apenas um mote para propor à instituição um projeto que pudesse unir a ferramenta democrática ao senso crítico, à escrita de poemas e à elaboração de uma antologia cartonera.
Agora resta a resposta, a viabilidade prática e um grupo de jovens interessados do CCA para por as mãos na massa, com a musa de estandarte: a poesia.
Texto: Alai Diniz
Fotos: Thiago UBS
Edição: Marco Pezão
sábado, 1 de junho de 2019
A Plenos Pulmões, o sarau: cremos na poesia
Sábado, 01 de junho, a partir das 19h, na Casa das Rosas, Avenida Paulista 37, estaremos armados até os dentes com muitos versos e a indisfarçável alegria de somarmos juntos mais um encontro em oito anos de existência.
Cremos na poesia. Cremos na poesia! ”
Participe!
sexta-feira, 17 de maio de 2019
Pincelando a literatura fantástica de Ítalo Calvino no Clube de Leitura I Love Laje de maio
I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
O Clube de Leitura I Love Laje continua e no dia 18 houve o relato de uma obra fantástica Visconde partido ao meio (1952) de Ítalo Calvino (1923-1985).
Escrita sete anos após a II Guerra Mundial, a obra começa retratando uma guerra em que o Visconde Medardo di Terralba luta contra os turcos.
O narrador é seu sobrinho visto que chama o visconde de "tio".
Identificar a voz do enunciador do relato é um dos pivôs para entender uma obra. Observar como ela se inicia e como termina constitui outro dos pontos de atenção. Entretanto, ao comentar uma obra, o melhor é dar apenas algumas pistas para que isso possa incitar a leitura e não esgotar tantos elementos que o ouvinte perca o desejo de buscar na obra sua própria visão.
Nas batalhas tudo pode suceder, então numa delas, o nobre acaba solapado por um canhão, tendo seu corpo dividido em dois.
Então, é assim que vamos adentrando no universo do fantástico. Até mesmo com o neologismo que indica o nome do protagonista.
Medardo (Me+dardo = dardo em mim) não morre.
Alegando uma dessas peripécias da ciência médica, reconstitui-se o corpo do Visconde pela metade.
"Costuraram, adaptaram, amassaram:sabe-se lá o que fizeram...meu tio abriu o único olho, a meia-boca, dilatou a narina e respirou...
vivo e partido ao meio." (CALVINO, p. 21)
Sequelado, assim volta o nobre ao reino de Terralba. Tal qual um mutilado, esse infortúnio transforma o personagem, antes alegre e justo. Agora está regido por outra lógica. A de viver só com o lado direito à vista.
Uma capa escura o envolve do lado esquerdo, marcando dali em diante uma carência física e psicológica.
Padece Medardo de uma lacuna... E por isso quebra a asa da ave de seu pai; paga só a metade da viagem ao carregador da liteira; decepa as peras ao meio...
"Da guerra só havia retornado a metade malvada de Medardo."
Só a direita de seu corpo cobrava vida. E assim prosseguem os desmandos do poderoso. Açoitava os leprosos para um pântano. Condenou à forca tanto bandidos como caçadores e guardas. Sua ama de leite, a Velha Sebastiana inventou um modo de a enviar a viver na floresta com leprosos... E por aí vai o Visconde cometendo atos inconcebíveis ao leitorona como a matemática, serve para estimular sua imaginação e, pela estética também à reflexão sobre a nossa sociedade, nosso tempo!
Não há uma só interpretação de um romance, depende sobretudo do repertório de cada leitor e do que cada um busca na obra.
Experimente lê-la e você vai ter uma ideia de como sua imaginação vai agir...
Na mesma reunião de maio, houve também o comentário de Marco Pezão sobre a obra Terra Sonâmbula (1992) de Mia Couto, escritor de Moçambique. Confira nos próximos dias a matéria aqui neste blog.
Texto: Alai Diniz
quinta-feira, 2 de maio de 2019
De Malala à faxina étnica: temas do Clube de Leitura de abril
Malala, infância e a faxina étnica
no Clube de Leitura I love Laje
No dia 13 de abril, mais uma vez, o Clube se reúne para dialogar sobre temas diversos dos livros lidos no mês de março.
Para começo de conversa, tivemos a Joyce, que comentou o livro, "Eu sou Malala",(2013) escrito por Malala Yousafzai, com Christina Lamb.
Esta jovem paquistanesa, nascida em 1997, defendeu o direito a educação e foi baleada pelo Talibã.
"A todas as garotas que enfrentaram a injustiça e foram silenciadas.
Juntas seremos ouvidas."
Malala Yousafzai.
Em seguida temos, Duda apresentando sua leitura sobre o livro "A infancia acabou"(1996).
Renato Tapajos. nascido em 1943, Belém do Pará. Além de ser reconhecido pela obra "A infância acabou", ele também é cineasta e roterista, tendo dirigido mais de 30 filmes entre curtas e longas metragens.
Por último, porém não menos relevante, temos Gabriela, discorrendo sobre o livro "Antologia- Círculo Palmarin", 10 anos de resistência" (2006).
Uma obra criada coletivamente, com base em saraus, sendo um registro de resistência cultural do movimento negro.
Compõem o livro 65 poetas, ativistas do Círculo Palmarino, parceiras(os) de luta.
Quanto ao termo, Faxina Étnica significa os diferentes modos de apagar uma etnia.
Nesta reuniao de abril, além dos depoimentos sobre as leituras tivemos também uma homenagem póstuma a poeta Tula Pilar Ferreira, tema da proxima matéria do blog.
Texto: Jennifer Rosa.
Imagens: Marco Pesão.
Edição: Alai Diniz e Najara J.
DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
A VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo
terça-feira, 23 de abril de 2019
domingo, 21 de abril de 2019
Zé Gordinho: valeu a caminhada!
Amadeu, Beto Branco, Pardal, Leonel Pazini, Zé Gordinho e Ladir integravam a Associação Municipal de Esportes, primeiro campeão da Liga Taboão da Serra de Futebol, em 1966.
Falar do José Araújo, o Zé Gordinho, evoca lembranças da SE Alvi-Verde da Vila Sonia, onde compôs o timaço fundado pelo meu pai João Iadocicco, em 1957, e que durante dez anos percorreu a várzea paulistana, aos domingos pela manhã, velejando na carroceria de um caminhão.
Zé Gordinho jogava de médio volante numa época em que o dono da camisa 5 tinha que ser soberano no meio campo. Seja no desarme ou lançamentos de quarenta jardas, como se dizia. Cobrindo os laterais e fazendo a bola rolar na construção de jogadas. São poucos jogadores, hoje em dia, que ainda guardam essas propriedades da posição.
Na foto o esquadrão do GR Martinica, de 1971.
Em pé: Clodoaldo, Zicão, Maciel, Mané, Gilvan, Lori, Zé Gordinho, Gibie e Moacir.
Agachados: Simonal, Joarez, Pedrão, Dori, Rui, Paulinho, e Nelsão.
Zé Gordinho com o mano Rubinho, no CDC Cleuza Bueno, em 2017.
O CDC Cleuza Bueno era seu lugar de frequente visita para rever os amigos e prestigiar nosso futebol varzeano.
Zé Gordinho e Cai Cai, gerações diferentes, mas de mesma paixão.
Falar do José Araújo, o Zé Gordinho, evoca lembranças da SE Alvi-Verde da Vila Sonia, onde compôs o timaço fundado pelo meu pai João Iadocicco, em 1957, e que durante dez anos percorreu a várzea paulistana, aos domingos pela manhã, velejando na carroceria de um caminhão.
Zé Gordinho jogava de médio volante numa época em que o dono da camisa 5 tinha que ser soberano no meio campo. Seja no desarme ou lançamentos de quarenta jardas, como se dizia. Cobrindo os laterais e fazendo a bola rolar na construção de jogadas. São poucos jogadores, hoje em dia, que ainda guardam essas propriedades da posição.
Na foto o esquadrão do GR Martinica, de 1971.
Em pé: Clodoaldo, Zicão, Maciel, Mané, Gilvan, Lori, Zé Gordinho, Gibie e Moacir.
Agachados: Simonal, Joarez, Pedrão, Dori, Rui, Paulinho, e Nelsão.
Zé Gordinho com o mano Rubinho, no CDC Cleuza Bueno, em 2017.
O CDC Cleuza Bueno era seu lugar de frequente visita para rever os amigos e prestigiar nosso futebol varzeano.
Zé Gordinho e Cai Cai, gerações diferentes, mas de mesma paixão.
No CDC Martinica, com Manezão, Zé Gordinho construiu uma história de muitas amizades.
Embora ficássemos tempos sem nos ver, os nossos reencontros sempre foram marcados de carinho e consideração.
Valeu a caminhada, Zé! Ao seu lado, ao longo de tantas jornadas em torno da bola desfrutamos de bons momentos.
Zé Gordinho finalizou sua missão entre nós na madrugada do dia 9 de abril, terça-feira.
Em recordá-lo, agora, estou a agradecer por ter compartilhado um pouco de sua intensa trajetória pelos campos da várzea.
sábado, 13 de abril de 2019
sexta-feira, 12 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
No I Love Laje: Mephisto, o injustiçado!
I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
Não duvidem! Há teatro de primeira linha na periferia! Aqui mesmo no Campo Limpo, a Lei de Fomento à Cultura da Periferia - 2018 possibilitou a circulação do Bando Trapos do Espaço Cultural CITA que, em parceria com o coletivo I LOVE LAJE, animou a noite de 15 de março de 2019, com uma performance sensacional da peça Mephisto, o injustiçado.
O embate entre as forças do Bem X Mal ronda a humanidade em diferentes culturas e a literatura como parte do imaginário teve em J. Wolfgang Goethe (1749- 1832), romancista alemão, a tragédia em versos Fausto, escrita em duas partes. Goethe tratou do conflito entre Religião e Ciência através da ambiguidade interior do ser humano pelo pacto de um médico com Mefistófeles (Lúcifer) exaltando a angústia do século XIX e que, no Brasil, parece estar mais presente que nunca.
Mephisto, filme de 1981, dirigido por Istvan Szabo, foi mais uma entre tantas versões desse mito que recriou o pacto com Lúcifer em um contexto moderno. A criação coletiva da Bando Trapos revisita o poder do protagonismo satânico em sua ambiguidade, na brilhante atuação de Welton Silva, adequando seu discurso persuasivo ao nosso tempo. Ao aqui-e-agora, pleno de fake news, idiotia e tramoias.
Méphis seduz espectadores e atrai para si um elenco periférico com a promessa do sucesso. Inicia um teatro de percurso que da rua entra para a livraria - o primeiro ambiente do Espaço I Love Laje, recriado como locus da metamorfose dos quatro saltimbancos em artistas.
Conduzidos pela lábia de Méphis estimula a performance dos atores selecionados que se caracterizam aos poucos diante do público. Os espectadores vão sentindo os efeitos de personagens como Gero (Deco Morais); Flor (Cleia Varges); Mudo (Joka Andrade) e Mary Star(Ton Moura) criam em busca da fama.
É a obstinação do discurso de Mephisto que leva a todos ao primeiro território infernal que retrata o prazer do alimento carnal para nutrir o elenco em uma "santa ceia."
Outro ambiente infernal vai destacando ao que vai sendo reduzido cada um dos abduzidos pela lógica mefistotélica.
Em busca do sagrado na arte e na dança dos corpos que seguem na buscando de uns e outros e questionando a Deus.
Escravizados pelo desejo obsessivo da presença do Messias a cena se revela potente. O que é real?
O que é enigma? o que é teatro? Divino ou profano entre nós?
Tomados pela magia do espetáculo em sua vetorização: da performance dos atores à iluminação, (Daniel Trevo) da sonoplastia ao cenário e à produção (Nicoly Soares; Junior Matos e a Davi Damasceno e à direção que nos conquistou do começo ao fim.
Se éramos pouco menos de 20 no público... Quem atendeu ao apelo viveu o encantamento que a arte produz na alma. A periferia tem direito a ir da rotina que nos escraviza pra viver a liminaridade. Cada canto do I Love Laje foi criando vida à passagem desse vendaval deixado pelo CITA: Centro integrado de Artes. Parabéns ao Bando Trapos, à Dêssa Souza, antiga parceira a quem agradecemos. A periferia tem teatro a oferecer sim! Confiram!
Texto: Alai Diniz
Fotos e edição: Marco Pezão
Texto: Alai Diniz
Fotos e edição: Marco Pezão
DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
A VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo
quinta-feira, 28 de março de 2019
Lançamento do livro "Campo Limpo ao Sintético" reúne varzeanos da região
I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
De boleiros históricos a poetas, de atrizes a capoeiristas, de novas integrantes do Clube de Leitura, acorreram ao I Love Laje aqueles que entendem como a "Poesia dá jogo e futebol dá poesia".É só a gente querer.
Porém, antes da euforia, cabe aqui nosso In memoriam a quem sonhou conosco no Grupo Semente (1973-75), contribuiu enviando suas lembranças, mas não pode ver essa obra parida. Caso de Adelson Roland, ponta direita no Martinica que honrou a camisa do Barranco. Sofria com a falta de ar nos anos 70 e nos tempos de hoje. Encantou-se no dia 11 de fevereiro de 2019. Ao Adelson e àqueles amigos que já se foram, nós, Marco Pezão e Alai Diniz, dedicamos este livro.
Narrar o que se vive entre o local e o global potencializa o diálogo e traz simultaneidade e comunicação. Sob um véu, o 'eu' das crônicas marcam:
" O nóis pra nós
é singular
o nóis pra nós
o plural é pessoal "
Meio século de futebol varzeano vai-se mesclando a uma trajetória de vida. O boleiro, filho do João Iadocicco, presidente do Alvi-Verde da Vila Sonia, relata existências pioneiras no Campo Limpo e dos pés seu chute criou o desejo de ouvir estrelas.
Aproveitando a imagem de Adilson CITELLI, Professor da ECA-USP em seu prefácio, será que a noite de lançamento conseguiu sintetizar como no livro uma "Polifonia Periférica"?
A exposição no I Love Laje criava in loco, transformou-se numa galeria de arte e diferentes fotos históricas exemplificavam visualmente a própria estrutura da obra.
As genealogias do futebol de várzea. Ali, em imagens uma gama desses personagens e adentrando, em carne e osso, muitos que vieram pra prestigiar, para lembrar um papel, um ser querido, um jogo...
Personagens de times históricos como André do histórico Canto do Rio, o time expulso do Parque do Povo. Ou Boia, Julinho e Chicão do Alvi-Verde da Vila Sonia.
No capítulo 2 as histórias dos clubes da comunidade com imagens emolduradas em lances ou na presença de Joe do CDC Cleuza Bueno; de Trinta do J. Rebouças ou de Porquinho do Titânico e o craque Morota.
Ao lado do Videira, as veteranas do handebol no SAPY materializadas por Sonia e Tita, assim como na foto colorida do troféu de campeãs de handebol nos Jogos da cidade de 2011. Graças a essas guerreiras o CDC do Parque Ipê converteu-se em principal referência democrática na questão de gênero no bairro do Campo Limpo.
As fronteiras da cidade rompem barreiras tanto no futebol de várzea como na vida de Marco Pezão em sua passagem como repórter fotográfico em Taboão da Serra e na galeria de fotos, assim como no livro e ao vivo tivemos entre nós a nata do Jd. Roberto com Toninho, Cido Matias e Zitinho.
E as imagens do Capítulo 3? O percurso da arte na literatura da periferia é a vereda mais recente que se apresenta visível a duras custas e só ganha destaque a partir do movimento dos saraus em 2001.
Entretanto, poucos foram os poetas que do pé à cabeça vieram pra ouvir, ou ler a simbiose de vozes que propõe na periferia que o campo da arte se estenda à arte no campo.
Agora os leitores dirão no futuro o que ficou dessa ação. CONFIRAM!
Sem esquecer daqueles que lutaram para tornar possível a Lei de Fomento à Cultura da Periferia, a dupla recordou em seus agradecimentos.
Os livros foram distribuídos gratuitamente a todos que prestigiaram o evento.
Texto: Alai Diniz
Fotos: Bispoeta, Chiquinho, Trinta e Ryam
Edição: Marco Pezão
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
A VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo
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