terça-feira, 18 de novembro de 2008

Martinica celebra o Dia da Consciência Negra

Maiara: Ser mulher e negra, é tudo de bom


O predomínio humano em uma só raça

Foi escolhida a data de 20 de novembro pra exaltar o Dia da Consciência Negra, em razão da morte de Zumbi, no ano de 1695, líder do Quilombo dos Palmares.


Justiça feita a este guerreiro. Zumbi fez a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial. Morto em combate, defendeu seu povo, sua comunidade.


Os quilombos resistiram ao sistema escravista, e mantiveram acesas as manifestações da cultura africana. Zumbi lutou até a morte por sua crença e liberdade de seu povo.


A importância da data


Contrariando a história oficial onde se conta Princesa Isabel como a grande benfeitora do fim da escravidão, o dia 20 de novembro alimenta o pensamento, a importância do povo africano na construção da cultura nacional.


A liberdade não veio de graça. Ela foi conquistada. Mesmo a custa de chibatas, perseguições, chacinas, o africano em nova pátria manteve erguido o orgulho ferido.

Impôs-se através do tempo, deixando sua marca na gastronomia, religião, arte, esportes, política, literatura, no desenvolvimento social do país e sua miscigenação.


Nada é simples. As amarras afrouxam, mas não cedem. Oficialmente, a abolição chegou em 13 de maio de 1888. Mas a resistência contra a opressão, preconceitos e discriminações, a luta continua até hoje.


A história do Brasil é como se existissem somente europeus e seus descendentes, em privilegiada classe social. Imperadores, navegadores, bandeirantes, militares, são nos oferecidos como heróis nacionais.


Embora coagidos, manés deixamos de ser. O afro descendente uterizou o Brasil, e soma o capítulo da história.

Heróis não são necessários. O que vale é o trabalho, a cultura, a organização do povo sem meias palavras, é o individuo, não importa a cor de sua pele; terráqueo perdido existente entre tantos bilhões de outros indivíduos.


Zumbi, alagoano nascido no ano de 1655, é a personificação dos graves ajustes a serem feitos dentro da nação brasileira, e porque não mundial? É isso que hoje representa, o dia 20, o Dia da Consciência Negra.


Em 1936, Solano Trindade, poeta, fundou, ao lado do pintor Barros Mulato e o escritor José Vicente, a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-Brasileiro, com o objetivo de divulgar os artistas negros.


Lançado seu livro intitulado Poemas Negros, lia-se:


“Não faremos lutas de raças, porém ensinaremos aos nossos irmãos negros que não há raça superior ou inferior, e o que faz distinguir uns dos outros é o desenvolvimento cultural. São anseios legítimos a que ninguém de boa fé poderá recusar cooperação”.


Agora, na rotação do planeta Terra, flutuam satélites. O mundo não é mais novidade. O predomínio é humano em uma só raça.


Em louvor nossos sentimentos e conquistas, desde que se contenham as arbitrariedades...


É como diz o Gaspar, do Záfrica Brasil:


- Quem tem cor, age!

Festa pra lá de boa!

O Dia Nacional da Consciência Negra a ser comemorado no CDM Martinica tem a organização de Jorge Cipó.

Neste dia 20/11, quinta feira feriado, as atrações começam a partir das 9 horas. Brinquedos Pula Pula, Piscina de Bolinha, Palhaços, lanches e refrigerantes irão alegrar a garotada.

O show musical tem início às 14 horas e estão confirmadas as presença de: Kymuleque, 100 Problema, 4 Por Acaso, RATEIO, NSN, Mais Que Acaso e Poder de Pensar...

Participações especiais de: Capri, Grupo Luance e Záfrica Brasil.

O ingresso é grátis, mas a colaboração de 1 quilo de alimento não perecível se faz necessária.

O produto arrecadado será distribuído entre famílias carentes.

Jair Inácio, o Zicão, do Jd Maria Rosa:
Todo dia é dia de enfrentar a discriminação, seja de cor ou social