Quando
atravessamos a inundada ponte do córrego Pirajussara, no Jd Clementino, com
água acima do joelho, corria o ano de 1965, e a estrada Kizaemom Takeuti era um
corte aplainado em terra viva e verde a se perder de vista.
Caminhamos
de chuteiras à mão, saco de camisa às costas, o Independente, um time juvenil,
vindo da Vila Sonia para enfrentar o recém-fundado EC Jd Roberto, de Taboão da
Serra.
O campo era
ali onde é hoje o supermercado São Sebastião. Boa parte dele alagado, e no
barro que restava tomamos tremenda goleada.
Voltei a enfrentar o Jardim algum
tempo depois, quando inaugurado o novo campo na parte alta do Jd São Salvador.
Passado quase vinte anos estava eu a defender as cores deste que é o mais
antigo time em atividade da cidade taboanense.
São muitas
as histórias representadas nos mais de duzentos troféus conquistados e
alinhados nas paredes da sede.
Remontam lembranças dos fundadores “seo”
Waldemar e Lelo Silva, naquele 16/12/1965.
Os Matias, Toninho e Cido, e
Zitinho, estavam entre os primeiros que vestiram a jaqueta vermelha e branca. E
até hoje são responsáveis pela continuidade desta tradicional equipe de nossa
várzea.
Cada qual
relembra um fato. Das grandes partidas disputadas contra o rival Palmeirinha. Do campeonato que ganhamos no
campo do SAJU. Da Copa Marília, batendo o Santos, na final, por 1 a 0 e por ai
vai.
E vem na
memória os jogadores finados, Zé Roberto, Valdir, Tuica, Zé Carlos Branco, Luiz
Carlos, Baiano Black Coco...
E tantos outros dispersados pelo tempo. Zeca e
Betinho, Toninho Branco, hoje em Minas, é alma que aqui circula e ri de
tantos episódios vividos.
Zitinho
conta que o EC Jd Roberto disputou 24 finais de campeonatos, sagrando-se
campeão em 14 delas.
Todas são importantes, mas o tricampeonato municipal de
veteranos/35, conquistado em1997/98/2002, de maneira invicta, deixa os três com largo sorriso.
Alegria
maior só se mostra quando comentam a recente conquista do 21º Campeonato
Municipal da 1ª Divisão.
Um título inédito, tão almejado e sofrido que o
símbolo maior da disputa tinha lugar reservado, e sob a imagem de Nossa Senhora
de Aparecida está o troféu glorificado.
O EC Jd
Roberto ocupa o CC Guaciara, onde tem sua sede. E quiçá, em breve, possamos ter
o espaço reformado; com arquibancada, vestiários dignos, iluminação decente, e
grama sintética ao invés do piso de terra.
A história
quer novas estórias, e o futebol varzeano, de Taboão, merece.
Valtinho
Matias, o troféu de campeão, e Nossa Senhora do Jd Roberto...
Edu Nobrega, Fernando Fernandes, e amigos no CC Guaciara.
Quiçá, em breve, teremos grama sintética no piso de terra. A várzea é cultura
brasileira nascida na base, na sola...
Os mais de
duzentos troféus, na sede do Jd Roberto, contam histórias...
Lembranças idas e vividas...