I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
Por tudo que
é sangrado
Cremos na
Poesia
Por todos os
caminhões
E caminhos
que a tudo e nada levam
Cremos na
poesia
Por todos os
aviões e rojões
Solitários viajantes
de trens e metrô
Cremos na
poesia
Por todas as
barbáries
Curvas
perigosas
E barbas
bem-feitas
Cremos na
poesia
Por todas as
manchetes
Cegas de
irônicos risos
Cremos na
poesia
Por todos os
estupros políticos
Por toda
covardia exalada
Por toda
virtude encolhida
Cremos na
poesia
Por toda a
fuligem amargada
Por toda
embriaguez sorvida
Cremos na
poesia
Por toda ciência
oculta
Em microscópicos
seres
Cremos na
poesia
Por todos os
batuques
Afros, tupiniquins
e guaranis
Por todos os
crimes e violências contra o gênero
Cremos na
poesia
Por todos os frios e calores dissipados
Por todos os guardas-chuvas pretos e coloridos
Cremos na poesia
Por todas as
marionetes
Exibidas nas
propagandas de tv
Cremos na
poesia
Por todos os
beijos enlaçados
Por todos os
desejos entalados
Por todos os
amores bem ou malsucedidos
Cremos na
poesia
Por todas as
crianças nascidas
Por toda
relva e secas salivas
Cremos na
poesia
Por toda
unha encravada
Cremos na
poesia
Por todos os
salários minguados
E geladeiras
compradas
Cremos na
poesia
Por todos os
seios e mamilos
Passageiros
enlatados nos ônibus
Cremos na
poesia
Liquidificadores
de segunda mão
Cremos na
poesia
Catchups apimentados
Cremos na poesia
Cremos na
poesia
Cremos na
poesia
Cremos na poesia
Sarau
A Plenos Pulmões segue na lida!
O
último encontro nosso, em julho, no sábado, 28, comemoramos sete anos de
convivência na Casa das Rosas.
Fico
feliz em ser um dos propagadores da ideia. Vejo a importância que os saraus
representam como ferramenta a estimular a criatividade, a oralidade, e o desejo
de ler e conhecer os horizontes da palavra.
Para
'cerebrar' o aniversário organizamos uma oficina de Cartonera e criamos nossa
coletânea. Foi prazeroso ver brotar de nossas mãos a capa pintada, a montagem
do livro, nossos versos estampados.
E o
valor da reciclagem. Grato a Lúcia Rosa, da Dulcinéa Catadora, pelo apoio na
aprendizagem. A Cartonera é pura arte.
Fizemos
o simbólico lançamento no sarau do dia 28 de julho, onde declamamos nossos
poemas, efetivando mais ano de compromisso com o fazer cultural.
Agradecimentos
à todas emoções ali representadas. Meu amigo e escritor Alessandro Buzo, em
visita pra lá de especial.
Em
dose dupla, teremos nova coletânea cartonera com oficina no sábado, 15 de
setembro, das 15h às 17h.
E no
sábado seguinte, 22, das 19h às 21h, fica o convite, sua presença para
fortalecer mais um renovado abraçasarau.
Até
lá!
Fotos e texto: Marco Pezão
DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
A VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo