Segundona
abençoada. O Espaço Clariô clareado de gente. Arquibancada, palco e a entrada, tomados. É o Sarau
do Binho, e o lançamento de sua coletânea onde estão reunidos 183 poetas
propagadores de nossa literatura periférica.
- Ô diretor!
Cerveja sem álcool não tem personalidade, me falou o Jaime. Que maré! Dessa vez
me superei. David da Silva me ofereceu
uma lata gelada, e eu não bebi. Marcelino Freire, Galdino e Otília saboreavam,
e eu não bebi.
Continuo embriagado
diante do acontecimento. Para quem conhece a história do atual movimento
poético sabe a emoção que me refiro.
Em janeiro
de 2003 escrevi: 'Vejo com entusiasmo um leve
aceno, o despertar ao novo gosto. A poesia ganha voz, mobilidade, e nas ruas da cidade atinge os
mais diversos corações.
Ouço o pulsar deles. Vêm ao encontro do órgão central exposto em forma de
sarau. É a nossa poesia! É a nossa poesia!
Palavras e rostos novos misturam-se aos
antigos, marcando a presença de tantos amigos. Garajão, o abrigo das mais
variadas emoções.
De Taboão somos mensagem, movimento, mão de obra, acima de
tudo periferia. Somos os poetas envolvidos na criação real da vida em melhores
momentos. Retomemos o trabalho que nos espera. Sejamos todos bem-vindos
em retorno ao nosso gueto!'
É muito loko olhar pra trás e me vê ao lado do
Binho, do Sergio Vaz, Elmantos, Mané do Café, Kennya, Helber, Pilar, Samanta e
tantos mais que se incorporaram à água e conjugaram o plural em singular.
O rastilho da pólvora nos levou a diversidade
de caminhos. E o ouro garimpado está agora em minhas mãos.
A coletânea do Sarau
do Binho é um mapa onde nos mostra o quanto se propagou a nossa poesia, em
quantidade e qualidade.
Evoé: Robinson Campo Limpo/Taboão!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBelo texto, Pezão! Essa história nós construímos juntos.
ResponderExcluirValeu!!