I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
De boleiros históricos a poetas, de atrizes a capoeiristas, de novas integrantes do Clube de Leitura, acorreram ao I Love Laje aqueles que entendem como a "Poesia dá jogo e futebol dá poesia".É só a gente querer.
Porém, antes da euforia, cabe aqui nosso In memoriam a quem sonhou conosco no Grupo Semente (1973-75), contribuiu enviando suas lembranças, mas não pode ver essa obra parida. Caso de Adelson Roland, ponta direita no Martinica que honrou a camisa do Barranco. Sofria com a falta de ar nos anos 70 e nos tempos de hoje. Encantou-se no dia 11 de fevereiro de 2019. Ao Adelson e àqueles amigos que já se foram, nós, Marco Pezão e Alai Diniz, dedicamos este livro.
Narrar o que se vive entre o local e o global potencializa o diálogo e traz simultaneidade e comunicação. Sob um véu, o 'eu' das crônicas marcam:
" O nóis pra nós
é singular
o nóis pra nós
o plural é pessoal "
Meio século de futebol varzeano vai-se mesclando a uma trajetória de vida. O boleiro, filho do João Iadocicco, presidente do Alvi-Verde da Vila Sonia, relata existências pioneiras no Campo Limpo e dos pés seu chute criou o desejo de ouvir estrelas.
Aproveitando a imagem de Adilson CITELLI, Professor da ECA-USP em seu prefácio, será que a noite de lançamento conseguiu sintetizar como no livro uma "Polifonia Periférica"?
A exposição no I Love Laje criava in loco, transformou-se numa galeria de arte e diferentes fotos históricas exemplificavam visualmente a própria estrutura da obra.
As genealogias do futebol de várzea. Ali, em imagens uma gama desses personagens e adentrando, em carne e osso, muitos que vieram pra prestigiar, para lembrar um papel, um ser querido, um jogo...
Personagens de times históricos como André do histórico Canto do Rio, o time expulso do Parque do Povo. Ou Boia, Julinho e Chicão do Alvi-Verde da Vila Sonia.
No capítulo 2 as histórias dos clubes da comunidade com imagens emolduradas em lances ou na presença de Joe do CDC Cleuza Bueno; de Trinta do J. Rebouças ou de Porquinho do Titânico e o craque Morota.
Ao lado do Videira, as veteranas do handebol no SAPY materializadas por Sonia e Tita, assim como na foto colorida do troféu de campeãs de handebol nos Jogos da cidade de 2011. Graças a essas guerreiras o CDC do Parque Ipê converteu-se em principal referência democrática na questão de gênero no bairro do Campo Limpo.
As fronteiras da cidade rompem barreiras tanto no futebol de várzea como na vida de Marco Pezão em sua passagem como repórter fotográfico em Taboão da Serra e na galeria de fotos, assim como no livro e ao vivo tivemos entre nós a nata do Jd. Roberto com Toninho, Cido Matias e Zitinho.
E as imagens do Capítulo 3? O percurso da arte na literatura da periferia é a vereda mais recente que se apresenta visível a duras custas e só ganha destaque a partir do movimento dos saraus em 2001.
Entretanto, poucos foram os poetas que do pé à cabeça vieram pra ouvir, ou ler a simbiose de vozes que propõe na periferia que o campo da arte se estenda à arte no campo.
Agora os leitores dirão no futuro o que ficou dessa ação. CONFIRAM!
Sem esquecer daqueles que lutaram para tornar possível a Lei de Fomento à Cultura da Periferia, a dupla recordou em seus agradecimentos.
Os livros foram distribuídos gratuitamente a todos que prestigiaram o evento.
Texto: Alai Diniz
Fotos: Bispoeta, Chiquinho, Trinta e Ryam
Edição: Marco Pezão
POESIA SEM MISÉRIA
A VÁRZEA É ARTE
A VÁRZEA É VIDA
PARTICIPE!
Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário