I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA
Antes, o largo do Paiçandu - "pai santo" em tupi - era assim.
Ao lado da igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, luzia a Torre de Cristal...
E Paiçandu era pra lembrar uma vitória brasileira, aliás bem pouco honrosa, em memória de uma batalha no Uruguai, no início de 1865, antes da Guerra do Paraguai.
Após o último primeiro de maio, o fogo deu com a torre no chão, bem num Dia de Luta histórico a tragédia não torrou só gente...
Até quando voarão no ar direitos de quem já é vulnerável?
Quantos tetos de vidro acolhem quem não tem aonde ir?
Trincando a torre de cristal se despedaça com anjos na quentura de um rito sacrificial ...
Quantos tetos de vidro acolhem quem não tem aonde ir?
Trincando a torre de cristal se despedaça com anjos na quentura de um rito sacrificial ...
E o Sarau OcupaAção...ocupa, ocupa, ocupa a mente que vibra com um coletivo sem culpa, sem medo...
...que planta a semente de morar, onde quem necessita habita.
Se o prédio tá jogado às traças...Lá, que é que vejo, se não a garra de gente que trabalha, sobe e desce, a vida que acontece no meio do escuro se faz luz!
Viver no Centro, sim, por que não? É espaço pra morar porque é onde também se acha ocupação...Meio de sobreviver, né?
Se na periferia emprego não tem! Na era pós-industrial, de quebra, a quebrada também vive.
E acredite, mana, ninguém vive a pampa ali não, subindo escada com sacolas, descendo lixo, controle na entrada e o escuro dos degraus que não abdica de limpeza, não!
No rosto de quem entra, finca o riso das crianças, com a mesma ternura disponível pra quem vem de peito aberto.
E nesse momento de anjos em escombros, de peso nos ombros, a voz de quem vai cimentar uma parede solidária de concreto...
Vibra em ritmo de Rap, DJs ou de poemas...pra assistir de pé essa potência...
Cria encanto, afeto. Quem vive sabe a seriedade que é verticalizar a moradia social.
Valeu, coletivo, pela chance de estar com quem ainda teima em sonhar...
Que morar não é privilégio, e sim direito! Valeu aí, Tubarão
Reportagem: Alai Diniz e Marco Pezão
DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO
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