quinta-feira, 17 de maio de 2018

Poesia Sem Miséria, um sarau no CDC Jd Rosana

I LOVE LAJE NO FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA


O CDC Jardim Rosana assistiu a um ato inusitado no último dia 20 de abril. 

Um sarau! Poesia Sem Miséria! Em pleno bar do campo, realizado pelo coletivo I Love Laje. 

Convidada a direção do CDC, os donos do bar, Felipe e Márcio, concordaram com a ação, colaborando com o equipamento de som.  

Bola rolando no campo e a oralidade do sarau trocando passes em harmonia, segundo nosso desejo.

Apesar de pequeno o número de adesões a esse primeiro sarau no campo do Jd. Rosana, vale aqui descrever alguns dos aspectos que envolvem o Sarau. 

Arriscar uma reflexão sobre as dificuldades em atrair o público é o mínimo que se pode fazer após alguma perplexidade. 

I Love Laje No Fomento À Cultura da Periferia iniciou seu projeto "Do Campo Limpo ao Sintético, Poesia Sem Miséria", no início de 2017, aqui no CDC Jd Rosana.

Parceiro da jornada varzeana, o atuante Richard Rodrigues, sob o pseudônimo Repórter Favela, foi uma grata descoberta do trabalho exercido. 

Semanalmente colaborou com fotos, vídeos e narrações dos jogos, dando visibilidade ao futebol praticado.  

Além disso, Marco Pezão, coordenador do Sarau é  reconhecido na várzea zona sul por sua trajetória no campo da reportagem fotográfica...

...tendo criado um estilo próprio, que poderíamos chamar de verbo-visual em seu blog"futbolando." 

Um sarau tem por objetivo incentivar a leitura, a literatura, com enfase à poesia escrita e falada.

Marco Pezão, o poeta e jornalista é quem apresenta o Sarau no CDC Jd. Rosana, e ao fundo, quem se vê no palco do bar?  

O precoce poeta Akani. Este é um exemplo do que um sarau propõe: entretenimento inter geracional.

A sociedade contemporânea separa, secciona e compartimentaliza o lazer das diferentes gerações, mas o sarau realiza o oposto.

 Richard comenta:

"Representa uma união que tem a liberdade de expressão em verso e poesia. É muito bom estar em um sarau. É uma atividade viva! " 

Paulo D´Auria, do coletivo Poetas do Tietê, parceiro de longa data, atendeu ao convite para fazer parte do Sarau no campo do Jd. Rosana e assiste com  atenção ao lado de Ciça. 

Grata participação do Jefferson Tubarão, João Verbo, Otília, Marcelo, Geraldo Magela, Bel, e todxs que levaram o seu axé...  
    
Megafone é mesmo com  Ciça, parceira poeta que  também sabe botar a boca no mundo e não se avexa em mandar um recado contundente sobre a condição feminina.   

Outro aliado da quebrada,  Rapperson, não só prestigiou o Sarau do Jd. Rosana, como mostrou seu talento que deu origem ao pseudônimo artístico no campo do hip hop. 

Um sarau estimula o público a virar protagonista e fazer da escuta a própria fala, sem a qual o sarau não surte efeito. 

Quênia dribla a linguagem no gogó pra contar o que aprendeu na Cooperifa da vida. 

Quem para de falar pra ouvir a canção de João Verbo ou a interpretação de Otília...

...sabe que não se brinca com a escuta nessa hora sob pena de perder o encantamento.

Marcelo encontra no chão o motivo da fala, reverbera na performance o segredo da alma em forma de poema.
 
E como esse gênero do sarau  pegou e se sustenta desde seu surgimento, em 2001? 

Em geral, viver na periferia exige uma capacidade de sair do fundo do poço com o desemprego que desespera, ir driblando a falta, os revezes...

...tendo sempre a sombra o desencanto às expectativas de justos anseios.

Uma realidade que, por vezes, machuca, inibe e oprime as pessoas.
  
Kanu, agitador cultural do Vila Fundão, deu importante depoimento ao cinegrafista Fernando Solidade. 

Falou sobre a cultura varzeana, e a importância do Centros Desportivos Comunitários, únicos espaços de lazer em nossa região.

Pixote e Fernando Soledade registraram o Sarau Poesia Sem Miséria no CDC JD Rosana...

Um sarau é sempre um convite a diferentes vozes...

Microfone aberto para se expressarem, mostrar o que as aflige.

É um coletivo que cria cúmplices e estabelece solidariedade entre pessoas, que se permitem pensar, criar e escrever sobre o cotidiano... 

Arte no campo e o campo da arte, uma relação que buscamos estreitar.

Edição: Alai Diniz e Marco Pezão

DO CAMPO LIMPO AO SINTÉTICO

POESIA SEM MISÉRIA

A VÁRZEA É ARTE

A VÁRZEA É VIDA

PARTICIPE!


Esse projeto foi contemplado pela 1ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da cidade de São Paulo



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