Continuando com as origens dos ditos populares...
Uma contribuição da professora de história e pesquisadora Maria Antonieta Iadocicco, ao Futebolando e família varzeana...
BRINCAR DE GATO E RATO
Em 1913, na Inglaterra, as mulheres começaram a protestar exigindo o direito ao voto.
Muitas foram presas por perturbarem a ordem.
As jovens então, começaram a fazer greve de fome na cadeia.
Para contornar a situação, o Parlamento aprovou o "Ato de Soltura Temporária dos Prisioneiros Doentes"...
Que ficou conhecido como o "Ato do Gato e Rato"...
Assim que elas estivessem fora de perigo, voltariam para a prisão...
Como o gato faz com o rato...
CASA DA MÃE JOANA
Surgiu com Joana l (1326-82 ), condessa de Provença e rainha de Nápoles.
"Casa da mãe Joana" tornou-se referência de prostíbulo, bagunça.
Pois, em 1347, Joana l regulamentou os bordéis de Avignon...
CHEGAR DE MÃOS ABANANDO
No final do século XlX, o governo brasileiro subsidiou as passagens para que os estrangeiros viessem com suas famílias trabalhar nas fazendas de café.
Eles deveriam trazer suas ferramentas para executar o serviço.
Aqueles que vinham sem elas ou com "as mãos abanando", eram considerados preguiçosos, que não queriam nada com o trabalho...
CHEIO DE NOVE HORAS
Por volta do século XlX, em diversas localidades do Brasil, quem fosse encontrado na rua após as 9:00 horas da noite era revistado...
Pois esse momento era tido como "hora de dormir".
Também os eventos sociais e visitas não deveriam ultrapassar esse horário...
Por isso, as pessoas cheias de muitas regras passaram a serem denominadas "cheias de nove horas".
COLOCAR A MÃO NO FOGO
Essa expressão nasceu no Medievo.
O réu para provar sua inocência deveria caminhar com uma barra de ferro quente perante o juiz.
Para proteger as mãos, embebia-se um pedaço de estopa com cera.
Cerca de três dias depois a estopa era retirada.
Se não houvesse queimaduras nas mãos, o réu era considerado inocente...
Mas se ficassem marcas, ele era condenado e enforcado...
CONTO DO VIGÁRIO
Duas igrejas em Ouro Preto receberam um presente:
Uma imagem de santa.
Para verificar qual das paróquias ficaria com o presente, os vigários resolveram deixar por conta da mão divina, ou melhor, das patas de um burro.
Exatamente no meio do caminho entre as duas igrejas, colocaram o tal burro...
Para onde ele se dirigisse, teríamos a igreja felizarda.
Assim foi feito, e o vigário vencedor saiu satisfeito com a imagem de sua santa.
Mas ficou-se sabendo mais tarde que o burro havia sido treinado para seguir o caminho da igreja vencedora.
Assim, conto do vigário passou à linguagem popular como falcatrua, sacanagem...
COZINHAR O GALO
Uma das explicações vem da Missa do Galo...
Depois da qual era servido o galo cozido...
Como a carne do galo é dura, as pessoas da casa iam à missa...
E deixavam alguém cozinhando o galo...
O que, na linguagem popular, passou-se a considerar
Como aquele que está fazendo hora, enrolando...
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