domingo, 9 de novembro de 2008

A quem eu chamo rosa

Descobri em ti formosura. Viçosa esperança, desabrochar da flor...

A paixão, cada dia passado, toma forma. Em meu julgar radiante. Gotas de chuva, em mim, são lágrimas; a ti agraciam tuas pétalas. Espinhos são acúleos e não te ferem. Protegem...!

Não padeces e projetas imensidão. Rompes delírio e triunfas raios de sol...

Reconheces minha admiração e não se atém. Conhecer a si mesma é aventura. Teimo em conquistá-la e sou mais um a amparar tua beleza...

Pertences ao mundo, ó jovialidade, sonhos. Em dividir atenção atendes, e clama em favor da natureza. E tudo, o todo a passar...

Eu somente outro enamorado espectador de teu encanto...


Possuo e não há tenho. Sublime momento quando o pólen germina aurora. Estás pronta. És plena...

Em revoada os pirilampos. Um aqui, outro acolá, sucessivamente, contra meu desejo, lumes se apagam mais rápido do que lento...

Perfeita magnitude, também sombras invadem...

Altiva, aceita o sorriso entristecido...

E, por fim, soma à morte; real composição do tempo...

Em mim, a verde folha vive desesperançada quanto mais...


Suplicante à espera, talvez, do renascer...

A quem eu chamo rosa....


(Pra Otília, pois dela um ramo outro fez a criação)

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