Depois, juntando as letras, em nova ordem busquei outros significados...
Arma, nos dias de violência idos e vividos, em qualquer ocasião, é terrível substantivo.
Concreto quanto ao estrago que causa. Não importa se de leve porte.
Quem passou por situação de ter uma arma de fogo apontada para si, em circunstância de assalto ou diferente agressão, sabe o temor da bala.
E quem vive em região de conflito, o que sofre por ser alvo aleatório de arma pesada na linha do combate?
Desnecessário nomear os membros desta ampla família. Mas, que seja:
Pedra, canivete, faca, pau, porrete, chicote, canhão, bactérias, e tantas se fazem válidas dependendo o uso e caso.
Uma caneta. A mão que escreve. A língua que fala. A palavra que denuncia, do mesmo modo, oprime.
E, assim pensando, tudo pode ser arma. Do sentimento atroz à bomba nuclear, o que destrói é arma.
Arma. Das letras que ela contém forma-se de seu início: AR.
Esse que respiramos. Ele que significa o princípio básico da existência humana.
E, nessa averiguação, é o contraponto do efeito mortal acima sugerido.
O ar fica mais leve com tua presença, dizem os enamorados.
Você deu o ar da graça, comenta o lisonjeiro.
Você está com ar de quem não quer nada, replica o decepcionado.
Ar, ar, ar, eu quero ar! Liberdade, dirá o prisioneiro...
E a idéia segue em nova praia. Dividida e acrescida. MAR!
O mar é minha alforria, observa o marujo no cais.
As ondas são servis, amada! Aos teus pés o mar termina...
Aguarde-me, eu sou a maré que avança e inunda a terra sobre a RAMA verdejante que o teu corpo há de fazer florir...
Decomposta a palavra absorvo o dissabor. E não importando a forma transformo o conteúdo.
Ar, mar e rama são derivações de igual tronco.
Mais uma cabe. A mais importante, talvez. O verbo radiante: AMAR! AMAR! AMAR!
Eis o projétil. Eis meu vínculo com a vida!
Amar é a arma de meu constante disparo!